Um adeus anunciado
BENFICA ESTAVA OBRIGADO A PERDER COENTRÃO. VIEIRA NUNCA SE SOUBE COLOCAR EM POSIÇÃO DE FORÇA
Normal ser obrigado a vender Coentrão. Convites como os de Real Madrid e Chelsea são irrecusáveis para clube e jogador e há muito que se percebia que o talento exibido por Fábio iria levá-lo a ligas mais importantes. De qualquer forma, a verdade é que tanto Luís Filipe Vieira como o craque podiam ter gerido o processo de outra forma, obrigando os gigantes europeus a desembolsarem mais, ou mais importante ainda, mais rapidamente, pois a preparação encarnada tem estado algo emperrada, à espera da libertação das verbas em negociação.
Ao contrário do que tem feito Pinto da Costa com Falcão e Hulk, o presidente do Benfica nunca conseguiu passar uma imagem de força neste processo. Todos percebiam que o lateral ia acabar em Madrid ou Londres, sendo tudo uma questão de tempo e de cifrões. Agora, mais importante do que lamentar a perda, é aplicar bem o dinheiro que daí advém, para dar ao clube da Luz o talento, a dinâmica e o elã de vitória que todos os adeptos desejam. Este tem sido um defeso especialmente confuso para todos aqueles que acompanham as águias, de jornalistas a sofredores. Muitos jogadores a chegar, mas poucos com o selo de garantia que lhes dê protagonismo de arranque. Muita gente para emprestar, muitos pretensos fenómenos jovens, mas poucos para ganhar um lugar de titular de caras e assim garantir ainda mais poder de fogo, de choque e mobilidade a uma equipa que Jesus precisa revigorada para ganhar em 2011/12 tudo o que fugiu a época passada.
Com Garay metido no negócio, certo é que o Benfica ganha um jovem com futuro para o centro da defesa, onde David Luiz precisa de ser esquecido. E depois há posições que precisam de retoques claros. Fábio, por exemplo, também precisa de alguém para tapar o buraco que deixa. E aí não será fácil. Pouco feliz nas palavras utilizadas antes da saída, ainda assim, Coentrão é um fenómeno que deixa saudades a todos os que gostam de futebol.
