[Chelsea] A arte de despedir…
Despedir alguém é um exercício que, apesar de parecer simples, se reveste de particularidades muito especiais. Quem toma esta decisão tem de pensar na estrutura que lidera, na pessoa que vai ficar sem emprego, nas outras pessoas que continuarão a trabalhar naquele espaço e, acima de tudo, naquilo que a sua consciência ditará ao final do dia, quando o pó assenta e apenas a almofada nos “ouve”.
Despedir alguém que não cumpre, que dificulta a vida dos colegas ou que simplesmente não tem qualidade é, apesar de tudo, mais fácil do que afastar de um projecto alguém competente, que cria bom ambiente e que veste a camisola. Há uma legitimidade inerente, uma espécie de “estou a tramar a vida dele, mas as coisas por aqui ficarão melhores”. E tudo passa…
É certo que algumas pessoas não têm o “bichinho” da consciência vivo. Lá faleceu por alguma razão. Coisa da vida… Mas quem o tem vivo e de boa saúde, passará algum tempo a equacionar se foi a decisão correta.
E é este o dilema de Roman Abramovich. O dono do Chelsea passará muito tempo a remoer-se e a pensar se esta foi mesmo a melhor decisão para o futuro do clube londrino. Claro que não podia despedir 23 jogadores, mas largar a mão de alguém que nunca o desiludiu e que considera como um amigo é um fantasma que ficará na mente do russo durante algum tempo.
Uma coisa é certa, Guus Hiddink, que aparentemente é o substituto do treinador português até final da época, tem qualidade e já conhece os corredores de Stamford Bridge. Um bom paliativo, é certo, mas os maus profissionais que ajudaram Mourinho a “seguir viagem”, continuam dentro da família blue. A minar, como sempre…