CAIR NA REAL
Trás-os-montes pode não ter sequer uma equipa na II Divisão mas continua a ser uma região portuguesa com imensos atributos. Um deles, apesar de especulado pelo silicone, dá pelo nome de Bruna Real, a professora de introdução musical de Mirandela que entretanto deixou de dar música em Torre D. Chama e passou a trabalhar duas horas no arquivo municipal até ao fim do seu contrato. Faz mal a câmara de Mirandela, terra de Jesualdo Ferreira, em não meter no quadro parte substancial do seu património. Ainda para mais vivo e fresco. No fundo, o que o país puritano desejava era poder cair na Real mas como não pode critica e vitupera. É o costume. O mesmo acontece quando se analisa o fulgurante final de vida activa de Pinto da Costa, que depois de Carolina Salgado se especializou na conhecida doçura brasileira. Que faça bom proveito e que aproveite. A paixão não tem idade e apenas tenho inveja de quem se consegue apaixonar várias vezes por dia. Ou por hora. Sei lá. O que sei é que a Bruna que hoje todos conhecemos merecia muito mais do que aquilo que lhe queremos dar. As Brunas deste país dito real. Uma das poucas alegrias disponíveis nestes tempos sombrios em que a demência campeia sem clemência.
