O CLÁSSICO
Confesso que ainda não vi o resumo e que só vi cerca de dez minutos da 2.ª parte, quando já estava 3-0.
Esta goleada do FC Porto em casa sobre o crónico rival parecia que já não acontecia desde o ano em que nasceu Jorge Jesus (1954), ou seja, há 56 anos.
Portanto, fez-se história no Dragão e o 3.º classificado da última época passa a jornada 10 com 10 pontos de avança sobre o actual campeão nacional. É muito mais que reconfortante.
Neste jogo quer-me parecer que Jorge Jesus inventou ao fazer descair David Luiz para o lado esquerdo da defesa, projectando um filme de má qualidade que Quique Flores já tinha realizado.
O Benfica veio ao Dragão jogar em função do FC Porto e das suas individualidades e até se deu ao luxo de deixar no banco o seu melhor jogador: Saviola.
JJ terá melhor que ninguém consciência das fragilidades da sua equipa. não havia era necessidade de potenciá-las desta maneira, enquanto mais uma vez o FC Porto conseguiu superar-se.
Um jogo de futebol também é isto: o impulso psicológico. E nesse aspecto este FC Porto está incrivelmente imparável.
Faltam 60 pontos para disputar e só um fenómeno travará os azuis-e-brancos nesta cavalgada para o título, deixando mais uma vez o resto do país desportivo suspenso com o campeoanto da 2.ª circular.
Para o negócio do futebol é péssimo mas para os portistas não podia haver melhor numa fase em que ninguém pode dizer que procissão ainda vai no adro pois André Villas-Boas já foi colocado num altar. Quando um treinador chega lá, é certo que todos os santos o podem ajudar. Sobretudo quando o santo se chama Jesus.