Conceição e Jesus contra os míldios dos tomates
Longe vão já os tempos em que, em Felgueiras, Jorge Jesus e Sérgio Conceição faziam propaganda a um conhecido fungicida da Bayer contra os míldios das videiras, da batata e dos tomates.
Mal não lhes fez pois um foi três vezes campeão no Benfica como treinador e o outro teve uma brilhante carreira internacional como jogador e hoje é um dos treinadores portugueses, digamos, emergentes.
Mas há outros pontos a unir as duas personalidades: uma rebeldia endémica em contraciclo com o tal dobrar de espinha e o lambebotismo de que nos falou ontem, e muito bem, o professor doutor em linguística e retórica Manuel Machado, padroeiro também dos amputados.
JJ não foi o jogador que SC foi mas SC ainda não é o treinador que JJ já conseguiu ser.
O destino continua, porém, a conduzi-los para caminhos comuns.
JJ começou a temporada na pele de traidor da pátria benfiquista, quando assinou pelo rival Sporting.
SC vai agora treinar o V. Guimarães precisamente na semana que antecede a receção ao Sp. Braga que tão bem trabalhou na época passada, levando a equipa à final da Taça de Portugal e de novo às provas europeias.
JJ, por seu lado, foi bicampeão mas tal não chegou para que continuasse no Seixal e na Luz.
Quanto a SC, pagou a ousadia de ter feito ressuscitar os guerreiros mas a morte na praia do Jamor foi muita areia para a camioneta de António Salvador. E como o Sérgio não é daqueles que se calam, dobram a espinha e estendem a mão e dobram os joelhos enquanto abrem a boca…a corda partiu.
Nada tem de extraordinário o facto de jogadores e treinadores mudarem para clubes rivais. O mais extraordinário é a responsabilidade continuar a ser dos clubes que anteriormente representaram.
O resto é folclore.