Um caso do Carrillo
Há coisas que, está visto, nem Jesus consegue resolver.
É o que está a acontecer com Carrillo, o peruano que anda há algum tempo por Alvalade num registo “que grande jogo fiz hoje depois de 3 sem fazer nenhum”.
Ainda pensei que o sismo que aconteceu no Peru tivesse alguma coisa a ver com a fúria de Bruno de Carvalho, depois de mais uma tentativa gorada para convencer o avançado a renovar.
Mas não, foi apenas um simples movimento tectónico.
O que estamos agora a ver é que nem um treinador com quase plenos poderes, como é o caso de JJ, consegue impor-se quando os interesses do clube que representa não convergem com os do jogador e, sobretudo, do seu empresário.
Carrilo, como se sabe, já terá um compromisso com outro clube e pode ser um emblema português.
O Sporting, sabe-se também, já lhe ofereceu 2 milhões limpos por ano mas nem assim o convenceu, nem com um prémio extra de assinatura de idêntico valor. O que quer dizer que a outra proposta que Carrillo tem é superior.
Colocar o craque na prateleira é uma solução, digamos, natural. Mas só se partirmos do princípio que um jogador de futebol não é antes de tudo um profissional do ofício.
Podia o Sporting tirar ainda algo de Carrillo mesmo sabendo que o vai perder sem nada ganhar no fim da época? Podia mas os seus dirigentes não iam ficar bem na fotografia e todos sabemos como isso é importante para esta nova geração de dirigentes.
Podia Jesus tirar o melhor do peruano mesmo neste impasse? Disso não tenho a menor dúvida mas, está visto, os milagres estão caros e os deuses ainda não estão loucos.
PS – Um dos nossos leitores tem razão: o sismo foi no Chile e não no Peru mas o epicentro confirma-se que foi em Alvalade.