Falsas questões
A semana, que para mim valeu muito por uma incursão ao coração do Douro, foi fértil no debate de falsas questões.
Um delas foi o roubo de que terá sido vítima o Sporting na jornada europeia a propósito de uma bola no braço. Um lance que tanto pode dar para um lado como para o outro. O que se viu foi um Sporting de certo modo infeliz mas essencialmente com poucos argumentos. E Portugal a cair no ranking da UEFA…
Outra questão diz respeito às claques. Elas fazem parte do “negócio futebol” mas normalmente é um assunto varrido para debaixo do tapete. Só o “Record”, noutros tempos, teve a ousadia de lhes dedicar um espaço, por sinal muito lido… O resto é o que todos sabem: os clubes que as têm legalizado não as controlam e os que não as legalizam tentam controlar. Se quiserem saber mais, comprem o livro “O Líder”, se o encontrarem, o que não é fácil…
Por fim, temos o problema das relações entre os grandes. Parece que se descobriu agora que estão de costas voltadas. O que nem é verdade pois continuam juntos nos bastidores. O que está a acontecer em termos institucionais é o que sempre aconteceu. Ou seja, show off.
Por fim, tivemos o caso da “bomba” do José Gabriel Quaresma no avião do Sporting. Zé, espantado com o ataque dos puritanos?, sério?, não sabias que nas redes sociais (e não só) medra o fundamentalismo e a inteligência ausentou-se juntamente com o sentido de humor?, estavas mesmo distraído, pá?, não sabias o que a casa gasta?, ok, aquele abraço de solidariedade de quem sabe muito bem o que isso é e até já recebeu um aviso da comissão da carteira profissional…
Não está em causa a pertinência dos debates, apenas se devia ter a consciência de que são debates sobre o sexo dos anjos, o que é no mínimo naif quando temos aí o Grey a bombar nas sombras.
Era só isto.