Jesus não merece alguns “adeptos” que tem
Acho que foi Fernando Vaz, que foi treinador e jornalista de A Bola (ainda convivo com ele em algumas tribunas de imprensa), quem consagrou a expressão que nos diz que um treinador tanto é bestial como uma besta.
Jorge Jesus sabe bem o que é isso enquanto treinador do Benfica.
Num dia era o maior (quando venceu o FC Porto no Dragão), no outro o pior (quando foi eliminado pelo Sp. de Braga, na Luz, da Taça de Portugal).
Alguns adeptos do Benfica, muitos deles com assento nos painéis radiofónicos e televisivos e com avença na imprensa, ainda não perceberam que o melhor que aconteceu ao Benfica nos últimos 25 anos foi a contratação de Jorge Jesus.
Quem não aprecia Jesus costuma dizer que em cinco épocas “apenas” ganhou dois campeonatos e perdeu duas finais europeias. A memória dos homens é curta e estes benfiquistas de pacotilha estão esquecidos do que foi uma penosa travessia do deserto do clube da Luz, durante as gerências de Manuel Damásio e Vale e Azevedo.
Mas o futebol também é isto.
Não é grave a falta de estima e de razão quando se fala do percurso de Jesus no Benfica. O que é grave é não ter a consciência de que Jorge Jesus é o treinador que Pinto da Costa desejaria no seu FC Porto. Já o desejou, aliás, e muito.
Jesus não precisa de tolerância, aliás vive bem na intolerância, diria que até vive melhor, mas a estupidez é pouco digestiva e muitas vezes fica-nos atravessada na garganta como uma espinha grande de bacalhau.