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Vivemos na era da comunicação. Massiva, rápida, global. Mas os clubes portugueses continuam a viver agarrados a velhos estereótipos e a decadentes estratégias. Para muitos deles a comunicação é um..." /> Na era da comunicação domina a desinformação - Bola na Área - Record

Bola na Área

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Na era da comunicação domina a desinformação

12 Julho, 2014 688 visualizações

Vivemos na era da comunicação. Massiva, rápida, global.

Mas os clubes portugueses continuam a viver agarrados a velhos estereótipos e a decadentes estratégias.

Para muitos deles a comunicação é um frete.

Só mostram o que são obrigados a mostrar pois os patrocinadores não dormem e se pagam é para ter visibilidade nos media.

De resto, tudo fazem para dificultar o trabalho dos jornalistas.

Repare-se: temos aí o Tour a rolar e duas horas após cada etapa o campeão do Mundo Rui Costa disponibiliza o seu relato diário. O ciclista potencia a sua classe através desta abertura.

Por cá, num futebol que estiola, esmagado por passivos e por administrações que deixam para amanhã o que ontem já deviam estar a fazer, os jornalistas são vistos como empecilhos. Só assim se entende a realização de jogo-treino de início de época contra o Mija Na Escada FC à porta fechada! O que também constitui um desrespeito para os sócios e adeptos que, em tempo de crise, se sacrificam para ver os jogos dos seus clubes.

O aparecimento das televisões dos clubes não foi propriamente algo de animador. Antes do mais perderam-se bons jornalistas para esses “órgãos de comunicação de comunicação” social, como antes tinha acontecido em relação às assessorias de Imprensa.

As televisões dos clubes não informam – apenas fazem propaganda. Ora, como todos sabem, a propaganda tem um sabor azedo e só mesmo os fanáticos a comem em doses industriais sem terem vontade de expelir um vómito.

No mais, as ditas assessores desinformam mais do que informam. Usam a informação como arma de arremesso, isto é, vão atirando uns bocados de carne e assim muitas vezes contentam quem devia ter obrigação de querer muito mais.

Nem tudo é mau. Há clubes portugueses, que lutam por espaço, que fazem bem o seu trabalho. O Paços de Ferreira, por exemplo, há muito tempo que sabe usar as ferramentas que tem ao seu dispor. O Rio Ave começa agora a aproveitar esses recursos. E o Boavista reentrou na 1.ª Liga disposto também a tirar frutos deste espírito. Outros há que aqui não menciono.

O negócio futebol não vive apenas de transferências, comissões, bilhetes, direitos televisivos e merchandising. Vai muito para além disso. Não o entender é pura burrice, o que se entende pela tacanhez de dirigentes que são os únicos dinossauros vivos à face da Terra.

Acredito que tudo vai mudar um dia. Mas é apenas uma questão de fé minha, eu que quando comecei nestas lides tive a oportunidade única de sentir o cheiro dos balneários e de conhecer as histórias de vida dos protagonistas. Não vejam isto como saudosismo – vejam nisto o que devia ser feito.