Como o futebol era diferente
Roubei esta foto ao Albertino, antigo jogador de Leixões, FC Porto e Boavista. Um craque do seu tempo.
Reparem na chamada moldura humana.
Impressionante.
Sim, nessa década de 70 o futebol era diferente.
Jogava-se em estádios à pinha, era jogado por tipos com pelos nas pernas e bigodes farfalhudos.
No banco sentavam-se treinadores que nem uma vaga ideia tinham da periodização tática mas que conseguiam resolver jogos apenas com o seu feeling. Gajos foleiros que fumavam nos bancos.
Os árbitros não tinham auriculares e dormiam em pensões manhosas, vendiam-se bebidas alcoólicas nos bares dos estádios, as crianças entravam de borla e até inventavam pais à porta dos estádios.
Os balneários cheiravam a óleo de aquecimento.
O futebol era a festa de domingo à tarde, a seguir à missa.
O Domingo Desportivo não enganava e passava no serviço público: todos os jogos e pouco paleio.
Os jornais desportivos não saíam todos os dias mas quando iam para as bancas eram disputados, lidos e relidos.
Saudades desse passado? Certamente.
Não o trocava por hoje mas lá que era diferente, era, o futebol português na sua proto-história.