O que tem Couceiro que os outros não têm
O sobrinho-neto de Peyroteo é o homem que todos querem. Discreto defesa central, com o seu apogeu quando no Torreense fez dupla com Pagani, José Couceiro pendurou as botas e depressa se destacou como presidente do Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol, onde fez um excelente trabalho, antes de passar a pasta a António Carraça, aquele senhor que costuma estar sentado ao lado de Jorge Jesus no banco do Benfica.
Passou depois pelo Alverca e foi o menino bonito de Luís Filipe Vieira. Seguiu-se o V. Setúbal e inesperadamente a oportunidade treinar o FC Porto, indo para o lugar de Victor Fernandez. Conseguiu disputar o campeonato até ao fim mas perdeu-o e saiu com a “proeza” de ter sido goleado em casa pelo Nacional de João Carlos Pereira.
Nem por isso a sua estrelinha deixou de brilhar e depois do Belenenses foi trabalhar para a FPF, antes de se lançar no estrangeiro, onde chegou a ser anunciado como o herói nacional da Lituânia…
Seguiu-se o Sporting, onde foi treinador e diretor geral. Ninguém reparou.
Agora, ei-lo candidato à presidência do Sporting, apoiado pela fação institucional do clube leonina, aquela que nos últimos anos tem controlado o poder. Do outro lado vai estar Bruno Carvalho, o outsider que perdeu as últimas eleições por uma unha mesmo negra.
Penso que os sócios do Sporting saberão escolher desta vez. Entre o candidato do costume e o homem que tem o que outros não têm e o candidato que até já foi anunciado como presidente.
Claro, ainda temos por lá o meu amigo Carlos Severino com todo o seu entusiasmo. O “Peças” representa o melhor que um adepto pode ter e está muito bem a cumprir o seu papel. Mas a corrida será apenas entre Bruno e José, com clara vantagem do primeiro, isto se não inventar de novo uma conexão com investidores suspeitos…
Todos sabemos que Couceiro tem um pequeno conflito com os triunfos. Isto partindo do princípio que Paulo Pereira Cristóvão não vai andar por ali.
