O bispo vermelho, Vieira e os direitos televisivos
FC Porto, 3 jogos, 3 vitórias, 9 pontos e mais 3 milhões na Champions.
Benfica, 3 jogos, duas derrotas, um empate, mais 500 mil euros na Champions.
Com isto tudo, Luís Filipe Vieira ainda vai precisar da benção do bispo vermelho para bater Rangel na 6.ªfeira.
Entretanto, sobre a questão dos direitos televisivos e da Olivedesdesportos, penso que o Bruno Carvalho disse tudo:
Actualmente, a Benfica SAD tem um contrato com a Olivedesportos em que o Benfica vende a essa empresa os direitos televisivos dos jogos da Liga Zon Sagres disputados em casa.
Apesar de não o conhecer, é do domínio público que esse contrato termina no final da presente época desportiva e que a Olivedesportos terá uma cláusula que lhe permite ter os direitos de preferência relativamente a um novo contrato que a Benfica SAD venha a celebrar.
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Essa empresa oferecia 111 milhões de euros por um novo contrato de cinco anos, o que correspondia a um montante de 22,2 milhões de euros por época.
«Esta proposta compreende o período de 1 de julho de 2013 a 30 de junho de 2018 (5 épocas desportivas), e apresenta um valor global de 111 milhões de euros», lia-se no comunicado da Benfica SAD.
Ontem, Luís Filipe Vieira anunciou publicamente que a partir da próxima época os jogos do Benfica deixarão de ser transmitidos pela Sport TV (canal de televisão detido pela Olivedesportos) e passarão a ser transmitidos pela Benfica TV.
Será isso possível?
Começo por dizer, mais uma vez, que não conheço o contrato e o que vou dizer é baseado nas informações públicas.
Os direitos de televisão dos jogos do Benfica pertencem, como se sabe, à Benfica SAD.
Poderá o Benfica vender os jogos à Benfica TV?
Parece-me que sim.
Mas como, se a Olivedesportos terá um direito de preferência?
A resposta é esta:
– ou a Olivedesportos não exerce o direito de preferência
– ou, exercendo-o, o Benfica terá que chegar a um acordo com a Olivedesportos indemnizando-a
– ou, ver-se-á, em alternativa, sujeito a discutir em tribunal tal questão à semelhança do que aconteceu, no passado, com Vale e Azevedo.
É claro que nesta última hipótese, o Benfica terá que assumir as consequências jurídicas e financeiras de tal decisão, recordando que foi rejeitada uma proposta que previa um pagamento de 22,2 milhões por época.