Astronomia aplicada ao futebol (a questão dos alinhamentos)
Os alinhamentos astrais estão de novo na moda, aplicando-se às mais diversas ciências, da arqueologia à “politocologia”.
Importa muito saber, por exemplo, como Vénus – deusa do amor – está alinhada com Marte – deus da guerra. Ou se a lua está em quarto crescente ou em suite minguante.
O Sol, esse, continua a nascer todos os dias, mais radioso ou menos, mas o que importa mesmo é saber se o céu nos pode inesperadamente cair na cabeça.
Por isso, temos jornais e jornalistas mais ou menos alinhados. Uns que respeitam a poder de atração dos planetas e das estrelas – assumindo-se como verdadeiro satélites – e outros que viajam no cosmos com uma preocupante errância.
Posto isto, penso que os meus amigos já entenderam o porquê de determinados jornais terem acesso controlado aos craques emergentes dos clubes mais importantes, enquanto outros são colocados fora de órbita porque não seguem o guião e não respeitam os alinhamentos.
Não é fácil viver neste universo onde a qualquer momento podemos ser engolidos por um buraco negro.
Acho que os leitores de jornais e de sites desportivos já perceberam há muito que afinal os alienígenas não são a verdadeira ameaça mas sim aqueles que pisam a Terra disfarçados de vestais mas que no fundo são tão permissivos como uma qualquer rameira foleira.
