Jesus com risca ao meio…
Sim, eu sei: já se disseram muitas piadas sobre os penteados de Jorge Jesus e Paulo Bento.
Mas este, francamente, tá o máximo!
Aceitando, agora, o repto de um leitor a propósito das qualidades e defeitos de Jorge Jesus…
O actual treinador do Benfica está longe de ser uma pessoa querida pela sua classe. Mas isso na minha perspectiva só abona a seu favor pois todos sabemos como o corporativismo funciona. Na classe dos treinadores, nas dos jornalistas, na dos árbitros, na dos estivadores e na dos azeiteiros.
JJ não é propriamente um outsider mas é claramente um treinador que não faz por ser simpático. Não é para isso que lhe pagam, eu sei.
Quanto ao mais, o seu currículo fala por si. Quatro anos a tirocinar no Amora, 5 no Felgueiras logo a seguir e a mostrar serviço. Só um treinador competente se aguenta tanto tempo num clube. No V. Setúbal, no V. Guimarães, no Belenenses e no Sp. Braga também esteve bem, mostrando ser um treinador capaz de potenciar estes clubes da zona euro. Também passou pelo U. Madeira e pelo Moreirense e no Estrela marcou pontos.
Portanto, currículo não lhe falta. Conheci-o sem grande profundidade sobretudo quando passou pelo Vitória de Guimarães e pelo Sp. Braga. Foi sempre uma pessoa acessível e simpática.
Dele diz-se muita coisa mas os maldizentes não valem como testemunhas.
Em suma, JJ pode não ser o melhor treinador do Mundo nos anúncios do Millenium mas continua a fazer o seu caminho. A sua teimosia venceu desde já resistências que iam surgindo no próprio Benfica. Ei-lo pronto de novo para encher o peito de ar e nos brindar com as suas tiradas. Gosto mais do Jesus politicamente incorrecto e não tanto de um Jesus a tentar controlar os seus impulsos. Só gostava mesmo de saber que tipo de mensagens lhe enviaram, em papelinhos, os adeptos portistas, mensagens que o seu adjunto João José (ei lá, outro JJ?!) entregou a um polícia… Será que alguém se meteu com o seu penteado?
Quanto às declarações de hoje de Jorge Jesus sobre as opções de Vítor Pereira, questionando a substituição de Kléber, enfermam de um erro de perspectiva: o treinador portista não jogou para o ponto ao abdicar do ponta-de-lança, jogou para os 3 pontos.