— ler mais..

José Mourinho foi o treinador que salvou Pinto da Costa de um “default” inesperado, depois de três anos sem que o FC Porto conseguisse conquistar o título, numa profunda ressaca do pen..." /> — ler mais..

José Mourinho foi o treinador que salvou Pinto da Costa de um “default” inesperado, depois de três anos sem que o FC Porto conseguisse conquistar o título, numa profunda ressaca do pen..." /> O Especial e o Cadeira de Sonho (mas não só) - Bola na Área - Record

Bola na Área

Voltar ao blog

O Especial e o Cadeira de Sonho (mas não só)

22 Setembro, 2011 872 visualizações

José Mourinho foi o treinador que salvou Pinto da Costa de um “default” inesperado, depois de três anos sem que o FC Porto conseguisse conquistar o título, numa profunda ressaca do pentacampeonato. Por isso, aquela reunião em casa do presidente portista, após a sua festa de aniversário, a 28 de Dezembro, dia dos Santos Inocentes, entrou para a história. É verdade que Octávio Machado ainda era o treinador dos azuis e brancos mas não preciso de dizer mais nada pois vocês sabem do que estou a falar.

Mas Mourinho foi ainda mais longe e conseguiu o que já parecia impensável: armou um verdadeiro Dream Team, disse que tinha a certeza que ia ser campeão, foi campeão duas vezes e conquistou dois troféus europeus, recolocando o FC Porto na 1.ª linha do futebol europeu. Mas Abramovich aterrou em Vigo e pagou o jantar no “Camelo”. Foi-se Mourinho e perdeu-se o embalo.

Pinto da Costa ouviu falar num treinador italiano que brilhava em Verona, esqueceu-se que foi esse o cenário de um histórico drama e deu-se mal com um treinador que chegou ao Porto com o pé engessado e saiu todo partido, riscado sobretudo pelos barões do plantel, Vítor Baía e Jorge Costa. Victor Fernández ainda conseguiu vencer a Taça Intercontinental mas não resistiu a uma invasão de treino dos SuperDragões e foi substituído por José Couceiro, treinador cuja grande proeza foi ser goleado em casa pelo Nacional da Madeira.

Seguiu-se um treinador holandês. O quase intratável Co Adriaanse resistiu a um ataque à bomba, foi campeão mas não permitiu que Pedro Emanuel em plena festa lhe tirasse os sapatos. Aliás, foi ele mesmo a tirar o tapete ao FC Porto… E chegou o professor. O quase eterno adjunto, acabadinho de fazer um bom trabalho no Sp. Braga já de Salvador. Quatro épocas, três títulos e alguns trocos, quando o Apito Dourado estava a bombar. Não chegou.

Pinto da Costa descobriu um novo Mourinho, que começou por testar na Académica. O bisneto do 1.º Visconde de Guihomil sentou-se na sua cadeira de sonho mas o russo voltou a atacar, desta vez sem precisar de se deslocar ao “Camelo” (um restaurante que todos gostam de repetir).

Era apenas mais um teste para o presidente. Que deixou os jornais abrirem a caça ao treinador até apresentar Vítor Pereira, antigo treinador do Santa Clara, onde apenas conseguiu morrer na praia. Conhecido na sua terra, Espinho, por Vítor Tá, o novo treinador portista logo disse: tá-se bem aqui. Até ver, confirma-se.

Vítor Pereira assumiu-se desde já como um guerrilheiro e até Jorge Jesus já percebeu que o melhor é não lhe responder à letra. O Tá pode não ser especial como o outro, pode não ter a experiência do professor, mas sabe que está sentado na cadeira onde nunca pensou sentar-se. Tem, por isso, o direito a dizer:

– Deixem-me sonhar.

Também em:

http://www.record.xl.pt/opiniao/cronicas_na_rede/linha_direta/interior.aspx?content_id=718355