Jornada 5: empate do FC Porto foi orgásmico
É natural que o empate de uma equipa que não perde para o campeonato há ano e meio excite o país futeboleiro, muito em especial a enorme hoste dos anti-portistas. Para mais um empate conseguido em campo neutro e perante um dos candidatos à despromoção. Curiosamente, aqui ao lado o super-poderoso Real Madrid foi ao chão perante o Levante…
O empate do FC Porto ja foi devidamente dissecado. Apenas vou acrescentar que aconteceu sem as presenças de Alvaro Pereira, Fernando e Hulk, o segundo por opção técnica (que não consigo entender) do treinador portista. Quanto ao murro de James (que me fez lembrar aquele incidente do João Pinto no Mundial da Coreia/Japão), confesso o meu espanto logo com os comentários iniciais do especialista da TVI que se fartou de repetir, tartamudeando como sempre mas desta vez sem conseguir controlar os seus sentimentos, que não era razão suficiente para um cartão vermelho. Quando aqui nem sequer está em causa a questão de intensidade. Mas são os comentadores que temos e “prontos”. Mas, vá lá, na Sport TV pelo menos estava alguém que nao vê futebol com palas…
O Benfica cumpriu a sua obrigação mas sofreu um bocadinho. A Académica deixou o autocarro no sítio devido – embora aí corra sempre o risco de ser incendiado… – e jogou futebol. Só perto do fim do jogo o Benfica acalmou as bancadas, onde foi possível ver, de charuto na boca, o famoso diabo vermelho de Gaia…
Quanto ao Sporting, e como diz Domingos, três (vitórias) seguidas é um feito para um clube mais que centenário, nem sua santidade será capaz de tanto nos seus melhores dias, mesmo inspirado por belezas tropicais. Mas a equipa leonina continua a jogar no fio da navalha e o que vi foi o Rio Ave a recuperar de dois golos de diferença e a discutir o jogo até ao último apito.
No dérbi minhoto o jogo foi prejudicado pelo inacreditável estado do relvado do Afonso Henriques, que tem sido sobretudo um factor negativo para a equipa que ali joga mais vezes embora ontem nem por isso – foi o futebol dos guerreiros do Minho que mais se ressentiu. Impressionante o lote de soluções ofensivas de Leonardo Jardim, por contraste com o que acontece com Rui Vitória. O empate teve sabor a vitória para os arsenalitas, como ficou patente nas expressões dos jogadores do Sp. Braga no final do jogo. O Vitória, por seu lado, vai ter de continuar a correr contra o prejuízo e precisa de pontuar nas próximas jornadas (Marítimo, fora; e Sporting, em casa).
Vai bem o Marítimo depois de um início decepcionante, vai bem também a Académica de que aqui já se falou (está na hora de começarmos a falar do FC Porto também como fábrica de treinadores) e os outros fazem o que podem. O Feirense teve um excelente arranque tendo em conta o facto de estar ausente há muitos anos destas lides, o Gil Vicente já mostrou algum valor, o Beira-Mar prometeu mais do que o que está agora a dar, o Paços sentiu a saída de Rui Vitória, o U. Leiria está como o tolo no meio da Pontes, o Vitória de Setúbal lá vai fazendo o seu percurso, o Olhanense está com garra e o Nacional já não olha tanto para o Maritimo mas para uma saída para a crise.
O campeonato está bom e melhor ficou com esta escorregadela do FC Porto que permitiu a colagem do Benfica e fez com que o Sporting se colocasse “apenas” a 5 pontos do 1.º lugar e 3 do 3.º.
E as arbitragens? Depois do sururu “Idalécio Martins”, parece que os nossos árbitros perceberam que não são os melhores do Mundo e vão apitando com alguma humildade e sentido de equillíbrio, o que apenas confirma o que poucos querem ver mas eu registo: temos neste momento pelo menos um lote de 12 bons árbitros entre os 24 do plantel, o que tem permitido a Vítor Pereira fazer a gestão de que os clubes grandes mais gostam, isto é, terem esses bons árbitros nos jogos em casa e árbitros menos bons nos jogos fora de casa.