Platini só diz disparates
Mais uma vez Michel Platini – o tipo que não me deu a sua camisola quando, há largos anos, o abordei nos balneários do antigo estádio do Vitória, quando a França veio cá fazer um jogo particular … – veio perorar sobre o futebol português e muito concretamente sobre o FC Porto, seu ódio de estimação.
A nossa relação com os franceses – que não com as francesas – sempre foi difícil e ainda estamos à espera que nos devolvam o que nos roubaram no início do século XIX…
Depois de ter posto a carroça à frente dos bois aquando das sequelas do Apito Final, o presidente da UEFA veio agora criticar o FC Porto, que não o Sp. Braga, pelo facto de a equipa portuguesa ter muitos estrangeiros.
O presidente da UEFA desconhece as leis comunitárias e também tudo o que tem sido feito, em termos legislativos, no sentido da globalização. Demonstra não apenas desconhecimento mas também xenofobia. Esquecendo-se que a sua selecção entra em campo com muitos franceses da Guiana, do Senegal e da Argélia, entre outros.
O futebol tornou-se há muito tempo um negócio global e todos conhecem as debilidades do nosso mercado. Os nossos melhores jogadores tão depressa se destacam nas nossas equipas como logo são arrebanhados por clubes estrangeiros com maior potencial económico. Deste modo, mesmo os grandes clubes vêem-se obrigados a recorrer a mercados não diria secundários mas mais acessíveis, tentando aí captar valores potenciais qye depois valorizam e tornam em mais valias. É o que tem feito o FC Porto com grande sabedoria e eficácia.
Era isto que o sr. Michel devia dizer mas provavelmente continua a emprenhar pelos ouvidos, escutando os queixumes dos seus amigos portugueses ressabiados com as conquistas do tal FC Porto que acaba de ganhar a Liga Europa nas barbas do antigo n.º10 da Juventus.
Mas, enfim, com as diatribes do senhor Platini pode bem o FC Porto e Pinto da Costa. Penso mesmo que estas suas palavras apenas servem como estímulo para um clube que nasceu para ganhar e que tem sido a grande pedrada no charco do futebol europeu.
Os portugueses, independentemente das suas preferências clubísticas, deviam também reconhecer isto.
Pela parte que me toca, tiro o chapéu à política desportiva dos dragões. Quanto a Platini, as melhoras para a azia.
