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Está a decorrer o VII Congresso de Futebol Internacional do ISMAI, uma organização que muito deve ao professor José Neto. O painel sobre arbitragem desta tarde foi quase explosivo. Jorge Sousa, ár..." /> Caldeirada no ISMAI - Bola na Área - Record

Bola na Área

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Caldeirada no ISMAI

9 Maio, 2011 1139 visualizações

Está a decorrer o VII Congresso de Futebol Internacional do ISMAI, uma organização que muito deve ao professor José Neto.

O painel sobre arbitragem desta tarde foi quase explosivo.

Jorge Sousa, árbitro no activo, Vítor Pereira, presidente da Comissão de Arbitragem da Liga, e Paulo Costa, ex-árbitro prestes a iniciar-se no dirigismo do sector, falaram obviamente sobre o estado da nossa arbitragem.

Sousa, provavelmente o melhor árbitro português, disse que os árbitros continuam a ser “carne para canhão” e foi claro quando afirmou que um árbitro deve ser um líder quando entra em campo. “Nos jogos ao domingo os líderes somos nós pois se nos limitarmos a ser subservientes não dá“, referiu. “Se em casa quem manda é a minha mulher, no jogo dificilmente serei capaz de liderar”, aqui com uma declaração capaz de inflamar as feministas deste país.

Paulo Costa fez uma intervenção genérica sobre a qualidades dos gestores da arbitragem, defendendo um novo paradigma. “Os árbitro hoje só em espírito são profissionais, no empenho e no esforço, pois as condições que lhes são dadas nem por isso…” Costa falou numa “gerência empobrecida”, triste por verificar que em Portugal “muitos dos dirigentes apenas desejam permanecer no sistema, deixando-se muitas vezes trair pela paixão do futebol, com este a não evoluir porque as pessoas não mudam”.

Genericamente, para Paulo Costa os dirigentes da arbitragem “planificam pouco ou nada e adoptam uma postura passiva, passando entre as gotas da chuva”, tendo ainda “problemas em partilhar os méritos” e sofrendo alguns da “síndrome do eu”. Os tais “gabarolas”, como chamou.

Ora, ao lado esquerdo de Paulo Costa sentava-se Vítor Pereira. O presidente da Comissão de Arbitragem da Liga passou ao ataque. Para ele, “os árbitros não são amadores, são profissionais, não têm apenas é a sua profissão regulamentada”. Isto porque “ninguém é amador a ganhar acima de 30 mil a 40 mil euros por ano”. Pereira recusa-se, por isso, a considerar os árbitros “o parente pobre do desporto pois de choros está o mundo cheio” e porque, no fundo, “já há árbitros em Portugal que ganham mais que certos jogadores profissionais”.

Para Vítor Pereira, “o ser humano tem dois grandes problemas: a ignorância e a maldade e quando esses dois problemas estão associados é horrível”.

Jorge Sousa, que moderava o painel, não se ficou nas covas. “Nós somos verdadeiros profissionais na nossa actividade pois o tempo que eu dedico à arbitragem e o empenho que dou faz com que me possa assumir como um verdadeiro profissional mas não sou profissional apenas pelos valores que me são pagos”.

Não há notícia de pontapés dados por baixo da mesa.

A seguir…

Fernando Gomes, presidente da Liga, fez um discurso em jeito de balanço de 11 meses de mandato. Confesso que fiquei sem perceber se foi uma resposta a alguém em especial. O discurso pode ser lido no site da Liga.

 O dia terminou com uma sentida homenagem ao professor José Neto, a que o autor deste blogue se associa pois teve sempre no professor um bom amigo e colaborador.

Alguns jogadores (Rui Barros, João Pinto e Jaime Pacheco) que trabalharam com o professor associaram-se à homenagem através de um vídeo. O treinador José Gomes é o quarto mosqueteiro.