VIVA O MUNDIAL!
Rola a bola já na África do Sul.
É esta, sem dúvida, a maior competição desportiva do mundo.
Para quem está lá, não falta trabalho.
Para quem está cá, fica a nostalgia de não poder viver, por dentro, o Mundial.
Tive a sorte de, ainda muito jovem, poder cobrir um Mundial inesquecível: México 86.
De Saltillo guardo recordações e notas que continuam a marinar, vi a mão de Deus, vi a França cair frente à França, vi a Alemanha quase remontar na final, comi tacos, viajei centenas de quilómetros de autocarro pelo México e encantei-me com o país da horita.
Falhei Itália 90 porque era preciso escolher dois em um mas acabei por viver o Mundial com intensidade, todos os dias, na redacção do Correio da Manhã, quando o jornal mantinha um suplemento desportivo diário de 16 páginas.
Seguiu-se um hiato que preenchi com a presença nos Jogos Olímpicos de Barcelona (outra grande experiência, ao lado do meu companheiro Luís Avelãs).
Regressei aos grandes palcos no Euro 2004, vinte anos depois de ter estado, ao serviço da Gazeta dos Desportos, no Euro 84, o tal do Chalana e dos patrícios.
Tive ainda a fortuna de ser incluído na equipa de enviados especiais de Record no Mundial 2006, na Alemanha, e acompanhar a par e passo a selecção de Angola, ao lado do meu colega Luís Vieira, foi outro grande momento.
Se perguntarem a qualquer jornalista desportivo se gostava de ir a um Mundial e este responder qualquer coisa como “aqui é que estou bem”, acreditem que está a mentir ou então é um mau jornalista (que los hay, hay…).
Por isso, no momento em que a bola começou a rolar na África do Sul sobrou para mim a tal nostalgia enquanto corria ao mesmo tempo o filme dos dois anteriores Mundiais que vivi.
Sobra tempo para desfrutar da competição e para fruir, por exemplo, o grande trabalho que os jornais desportivos portugueses estão a fazer na cobertura deste Mundial.
Ainda alimentei a esperança de uma lesão de um colega mas nenhum deles arriscou qualquer pirueta.
Bom trabalho, por isso, rapazes!