Lado B

Uma lufada de ar fresco

21 Novembro, 2013 0

A vitória de Portugal na Suécia foi uma lufada de ar fresco no ambiente que se tem vivido no país nos últimos tempos. Não porque os golos de Ronaldo tenham melhorado a situação económica, não que os passes de João Moutinho tenham minorado o flagelo do desemprego ou mesmo a entrada de William Carvalho tenha chamado a atenção para o exílio forçado da maior parte da juventude portuguesa com formação. Mas a verdade é que dos cafés às redes sociais o que se discutiu foram os tiros de CR7, os passes teleguiados do pequeno craque do Monaco e até o momento de génio de Hugo Almeida, que deu início à mais desejada das reviravoltas.


Sim, o futebol pode ser alienante e levar à histeria coletiva. Mas como levar a mal este sorriso nos lábios que atravessou Portugal quando tudo o que lemos, ouvimos ou vemos nos restantes dias nos lembra apenas que se tivéssemos um ministro, apenas um, que valesse metade do que vale Ronaldo no que faz, o seu sector estaria certamente a anos-luz do que realmente está?


Infelizmente, temos tempo para voltar a cair na real. Para perceber que são cada vez mais os portugueses que passam fome, aqueles que perdem as casas porque não têm dinheiro para as pagar, os miúdos que largam a escola porque os pais precisam deles como contribuintes para o orçamento familiar, enfim, para perceber que por muito que os índices económicos mostrem melhoras insignificantes, o que são elas perante a degradação da qualidade de vida da maioria da população portuguesa? O que nos interessa a economia quando as pessoas são tratadas como lixo?


Por tudo isto e mais alguma coisa, agradeço a Paulo Bento, a Ronaldo, a João Moutinho, a todos os que qualificaram Portugal para o Mundial do Brasil. Será bom para o desporto português, para a nossa economia, para os jornais, sector onde trabalho e que sofre, como tantos outros, com as agruras de uma economia real desesperante e uma crise muito própria que há quem teime em não perceber.


Voltará depressa o tempo em que Bento será uma besta, Ronaldo um jogador vulgar que não se esforça na Seleção e Moutinho uma maçã podre que não merece perdão. Porque nós, portugueses, temos memória curta. Se não fosse assim, teríamos tido mais fé neste treinador e grupo de jogadores que já nos provaram, mais do que uma vez, serem capazes de dar tudo por Portugal. Falharam o apuramento direto, sim. E nós? No nosso dia a dia, fizemos sempre tudo bem? Um povo com mais memória seria mais agradecido. E já agora, teria também outro governo.

Medalhas-10

14 Novembro, 2013 0

OURO. Trabalho notável o que tem vindo a ser desenvolvido pelo técnico do Sporting, que possibilita ao clube ver com agrado notícias como as que fazem hoje a primeira página do Record. Ninguém esperava tanto. Até a forma como caiu na Taça o dignifica.

PRATA. A goleada frente à Jordânia não foi de todo inesperada e deu até para o benfiquista Maxi Pereira fazer o gosto ao pé, sendo ele o primeiro a marcar. Mas o livre direto do ponta-de-lança do PSG é uma obra-de-arte. Brilhante. [

BRONZE. Continua a fazer história na NBA, apesar dos 35 anos. O alemão marcou 19 pontos na vitória dos Mavericks frente aos Wizards, por 105-95, e ocupa agora o 15.º posto dos melhores marcadores de sempre.

LATA. É difícil perceber por que joga a Jordânia contra o Uruguai num playoff para o Mundial, sabendo-se de como serão desequilibrados os encontros entre aqueles dois continentes. À Blatter…

Tão diferentes, tão iguais

12 Novembro, 2013 0

O dérbi ainda está na memória de todos e é o principal alimentador de conversas de café um pouco por todo o lado. Normal. É um jogo mágico, apaixonante, que não deixa ninguém indiferente, nem os portistas, que seja por ódios latentes ou preferências de classificação acabam por escolher sempre um lado.

A arbitragem de Duarte Gomes é o principal motivo de discórdia após um belo encontro de futebol. Infelizmente, não foram os golos de Cardozo – três, golos, três – a decidir mas sim outros fatores. Para os benfiquistas o frango de Patrício, para os sportinguistas a atuação do juiz da partida. Têm ambos razão, porque isto do futebol depende muito dos olhos de cada um. O ditado diz “olhos que não veem, coração que não sente”. Aqui é ao contrário, o coração prejudica a razão. E a visão, bem entendido.

Percebo quem tenta puxar pelo espetáculo, pela beleza dos golos, pela fantástica recuperação leonina, pela falha de Patrício, mas a verdade é que essa leitura, aos olhos dos sportinguistas, vai cheirar sempre a branqueamento da situação, por bem-intencionada que seja. Porque o dérbi no futuro será lembrado como o do frango do guarda-redes pelos adeptos encarnados e o de Duarte Gomes pelos verdes e brancos. Um pouco como a Taça da Liga em que Quique bateu Bento. Ainda hoje para os de Alvalade é a Taça Lucílio Batista.

Como combater isto? Sinceramente, não sei. Penso que seria necessário um civismo e integridade que não vejo na sociedade portuguesa. Nem entre clubes, nem entre presidentes, nem em muitos outros sectores da vida do país, até no jornalismo. Os presidentes estão sempre muito atarefados no que entendem ser a defesa da sua dama e não percebem que o primeiro passo para poderem ser levados a sério era confessarem que também já foram beneficiados. E isto serve para os de todas as camisolas.

Em relação aos árbitros será ainda mais difícil. Confesso que prefiro os que não veem o que se passa do que os que inventam acontecimentos. É assim mais fácil acreditar que Duarte Gomes é apenas incompetente e não desonesto. Curioso não ter vindo pedir desculpa ao Sporting no Facebook como fez com o FC Porto. Diz muito da falta de peso leonino e dos receios que os dragões ainda geram. Problema é que homens como este serão profissionais. Nada mudará.

Por mim tudo bem, desde que não me façam de parvo e venham depois armar-se em arautos da verdade desportiva. Dizem-se diferentes, mas bem vistas as coisas são todos iguais. E os adeptos pactuam com isto.

The Lumineers com Artic Monkeys no Alive

8 Novembro, 2013 0

The Lumineers juntam-se aos Arctic Monkeys no Palco Optimus no dia 10 de Julho. A banda americana, que tem sido uma das mais pedidas pelo público, é a segunda grande confirmação do Optimus Alive'14.

A banda de New Jersey esteve com o seu álbum de estreia homónimo, lançado em 2012, entre os 10 discos mais vendidos no ano, em países como Estados Unidos, Canadá e Reino Unido, tendo chegado no início deste ano ao topo da conceituada revista Billboard. Esta é a primeira vez que atua em Portugal.

Com o seu estilo folk rock norte-americano, autodenominado “Heart-On-The-Sleeve”, Wesley Schultz (vocais, guitarra) , Jeremias Fraites (bateria, percussão), Neyla Pekarek (violoncelo e voz), Stelth Ulvang (piano) e Ben Wahamaki (baixo) contam com uma legião de fãs que tem esgotado as salas por onde passaram.

Os temas presentes no álbum são uma coletânea de três anos de composições, de onde se destacam os principais hits da banda, como Dead Sea, Flowers in Your Hair e Ho Hey.

Os The Lumineers sobem, dia 10 de julho, ao Palco Optimus, por onde já passaram nomes como Depeche Mode, Radiohead, Coldplay, Pearl Jam, The Cure, Rage Against de Machine, Foo Fighers, The Stone Roses, The White Stripes, Bob Dylan, Metallica, Foo Fighters, Neil Young, Green Day, Kings of Leon, entre muitos outros.