Primeiro, o Raf Simons despede-se da Dior, e sete dias depois, Alber Elbaz faz uma saída chocante da Lanvin, parte dos rompimentos extraordinários no âmbito da indústria, hoje em dia.

Falámos largamente na primeira Condé Nast International Luxury Conference, em Florença, e vale a pena relembrar as suas palavras:

“Nesta era digital, vivemos através dos nossos ecrãs, documentando o momento. Já não olhamos; filmamos. Já não ouvimos; gravamos. E já não falamos: postamos.”

Este designer poético, intuitivo e inspiracional tem uma visão da moda, da vertente artística e do luxo, largamente pessoal e original, que partilhou com a audiência na Conferência sobre luxo da CN (e que pode assistir aqui).

Gracioso e inspirador, Alber vai fazer falta. Mas não acredito, por um momento, que este seja o final da sua carreira na Moda. Existe não só a sua capacidade de inovar que vemos, temporada atrás de temporada, nos seus desfiles, mas ainda a profundidade extraordinária e sentimento que deposita em todos os aspetos do seu trabalho, expostos na perfeição na sua exibição em Paris.

Passei ótimos tempos com o Alber na conferência da Condé Nast, ele tem de facto graça, mas é sempre profundo. A sua conversa foi a mais mediática e provou estar à frente dos tempos na sua análise da Moda em fast forward. Se alguém pode tornar uma situação imprevisível em triunfo, é ele.

Para a visão da jornalista sobre a longevidade dos diretores criativos nas casas de Moda, consulte o artigo “Why Fashion is Crashing?”. Para mais considerações sobre a notícia de Alber Elbaz e Lanvin, pode seguir o Instagram de Suzy Menkes.