À medida que o sol nascia em toda a sua glória dourada, sobre a areia do deserto que foi a passerelle da Hermès, a mesma bola de fogo pôs-se em 4 semanas e 4 cidades diferentes, palco das coleções internacionais para a primavera-verão 2015.
Foi também o fim para a temporada de Christophe Lemaire, que deixou a Hermès com nota positiva, com esta graciosa e até nobre coleção.
O deserto – com as suas cores queimadas pelo sol, avivando-se para o amarelo e laranja e escurecendo para o mostarda, ferrugem e finalmente preto – pareceu adequado ao criador. Esforçou-se por mudar texturas, como o casaco que parecia um cesto de vimes ou o vestido em algodão ondulado, adicionando apenas um toque de padrão umas vezes com traços de costura ajouré, outras como uma exibição repentina de prints digitais.
Deve ser difícil para os designers absorver a força da Hermès, que não “faz” realmente Moda. Tal como com as carteiras (as quais eram poucas na passerelle), as roupas têm uma certa serenidade. Sabes que qualquer mulher que invista em tamanha classe e qualidade não vão deitar fota um top em cetim “pêssego” ou túnica branca no final da estação.
Christophe Lemaire também não foi deitado fora. Pierre-Alexis Dumas, da família Hermès, pôs-se de pé para aplaudi-lo. Segue-se Nadège Vanhee-Cybulski, que tem trabalhado ultimamente na The Row, nos Estados Unidos, outra marca que também é serena.
Isto deixa um lugar vago na Ricci…