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Suzy Menkes
international vogue editor

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VUITTON MAINPIC

A estrutura futurística com desenho de Frank Gehry parecia flutuar como um barco contra o céu azul do Bois de Boulogne. Esta é a nova Fondation Louis Vuitton, que foi também palco de exceção para o desfile de primavera-verão 2015 da Vuitton.

A vista da Fondation, um centro dedicado à arte moderna e contemporânea que Barnard Arnault abrirá ao público a 27 de outubro, foi mais que uma visão arquitetónica sensacional. Foi também o fundo para o segundo show de Nicolas Ghesquière enquanto diretor da casa.

Será que isso levaria o designer a um desabrochar mais moderno – algo tão extraordinário quanto o cenário de luzes que banhavam a sala escura onde a apresentação decorreu, como que a refletir a cascata lá fora?

A tensão acumulou-se até ao começo do desfile, com hologramas em LED dos rostos das modelos. Falando em uníssono digital, listaram que 3.600 painéis em vidro e 15.000 toneladas de aço foram usados para criar a estrutura na qual estávamos agora sentados.

E agora? O “The Sound of Silence” – clamando os anos de Simon & Garfunkel, e, na passerelle, a reencarnaão de Edie Sedgwick, que viveu uma vida selvática ao estilo Andy Warhol nos anos 60 e morreu em 1971, o ano em que Ghesquière nasceu.

O que se seguiu foram looks casuais, de vestidos em renda com golas clericais e texturas de macramé, a ganga estampada com ilustrações retro de secadores de cabelo, enroladores de pestanas e cadillacs. E um manancial de tops e calças em veludo e padrões ricos. Todos foram executados de forma excelente e dinâmicos em detalhes. E quase todas as modelos tinham uma carteira.

“Não estava à procura de uma grande oportunidade desde a minha última estação, queria definir a minha rapariga cool“, explicou Ghesquière.

Ele de facto sabe como apanhar o look do momento: calças de corte perfeito, aparentemente simples peças feitas na perfeição em materiais sumptuosos, botas de diferentes alturas. E as carteiras, que respiravam desejo.

Era fácil perceber a carteira vencedora: uma bolsa em pele rugosa e estriada com um canto mole, como mostrou Delphine Arnault, Vice-Presidente executiva da Louis Vuitton.

É injusto, tanto para a marca como para o seu designer já há duas temporadas regressar aos últimos anos de Balenciaga, onde Ghesquière passou metade da sua carreira de 15 anos, antes de aparecer em cima da passerelle.

Uma vez que estava a olhar para os anos 70 e 80, lembrei-me de uma das primeiras coleções Balenciaga, inspirada pelo “20 mil léguas submarinas” de Jules Verne, quando uma equipa pequena organizou um evento inteiro. E a mais recente, perversa exploração da roupa de trabalho, mostradas num escritório futurista dos seventies. 

Ma Vuitton, Ghesquière tem uma posição de sonho como o líder criativo de uma marca cujo foco são os artigos em pele, mas cuja missão é trazer dinamismo às roupas, tal como o seu predecessor Marc Jacobs fez antes de si – muitas vezes, com demasiado gosto. 

Havia muito para gostar no desfile de primavera-verão 2015, mas nada de perverso ou louco ou apelativo. Mas os clientes seguramente vão adorar tudo – o que é positivo.

É difícil saltar para um papel escritinado pelo público. E quem sabe como seria a coleção se as roupas não estivessem a competir com um dos maiores arquitetos mundiais e a sua extraordinária criação.
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Vogue International Editor Suzy Menkes is the best-known fashion journalist in the world. After 25 years commenting on fashion for the International Herald Tribune (rebranded recently as The International New York Times), Suzy Menkes now writes exclusively for Vogue online, covering fashion worldwide.

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