A bolsa tinha uma forma oval, e a cor de um verde água hipnotizante. Ligava com o vestido gracioso com laivos de azul-lagoa. E pela altura em que cheguei aos bastidores em Ferragamo, já tinha percebido a inspiração: o vidro veneziano Murano.
De facto, as carteiras em vidro na mesa de exposição não foram a única ideia por detrás da coleção do criador Massimiliano Giornetti.
“Estava a pensar no mundo de Salvatore Ferragamo nos anos 40, e em todos os artesãos de Itália a trabalhar com palha e materiais crus.”
Giornetti referia-se em particula ao par histórico de sandálias em cunha da época da Guerra, que modernizou agora para a primavera-verão 2015.
Em estações passadas, o designer experimentou coleções temáticas. Estas roupas eram exatamente isso – peças graciosas e elegantes, aquelas palavras da Moda que parecem relevantes agora, outra vez.
Giornetti usou maioritariamente uma silhueta justa na cintura e que alargava na bainha. Recorrendo a peles de animais, como se adequa a uma casa de peles, havia ainda malhas finas que seguiam o corpo em vestidos até meio da canela.
Todavia, a verdadeira história estava no trabalho do artesão – não apenas no efeito aquático do vidro Murano, mas entrelaçado em palha num casaco, numa saudação tanto ao trabalho manual italiano como à imaginação de Salvatore.