Giorgio Armani já rumou frequentemente para locais a oceanos de distância do resto da moda de Milão. Mas nesta temporada trouxe a sua visão marítima para a passarela – sob a forma de roupas leves como borrifos de água e também como uma projeção de exibida em plano de fundo.

Um filme de Paolo Sorrentino, conhecido pelo seu filme La Grande Bellezza (A Grande Beleza), mostrou as costas das ilhas vulcânicas de Lipari e Stromboli ao largo da Sicília.

No ecrã, o azul profundo do mar, um cão a ladrar numa praia e a visão ligeiramente perturbante de um casal de fato de banho, emaranhados em cordas navais.

Tudo isto levou a coleção de Armani para uma região que designer já visitou anteriormente – mas nunca com uma brisa tão suave.

O título do desfile foi “Areia”, mas quando as modelos acompanharam o maestro para compor uma imagem pós-desfile, o efeito foi de um reflexo mais vasto da costa: azul celeste num casaco ou tons mais pálidos e esbatidos incluindo bege acinzentado e uns quantos padrões animais.

Estes padrões de zebra e leopardo – tenuemente impressos sobre tecidos semelhantes a gaze – abriram o desfile, que foi encerrado por uma figura misteriosa: uma deusa da areia vestindo chiffon bege reluzente.

Entre os dois momentos, houve Armani ligeiro: casacos estruturados em tecidos transparentes com franjas em seda como acabamentos; calças semitransparentes, transformando-se a dada altura em pantalonas. As saias compridas com riscas de tigre difusas pareceram mais apelativas.

À semelhança de vários designers nesta estação, Armani usou colares de metal dourado com um aspeto antigo; também se viu um vestido em chiffon drapeado que parecia qualquer coisa algures entre um sari e um traje grego.

Embora o desfile tenha sido muito diferente das suas habituais coleções ‘verão na cidade’, foi inconfundivelmente Armani. Aqui está um designer que está sempre a ir mais além e nunca enterra a cabeça na areia.