Quando entrei na sede da Kiton em Milão, fui cumprimentada pelas cores mediterrânicas dos casacos dos modelos e pelo audaz e tridimensional trabalho do escultor e pintoe Mimmo Paladino.
Fui transportada para a minha recente visita a Nápoles – a baía a encher, as esculturas em mármore, as ruas cinzentas com um toque de verde e homens de todas as idades em casacos de verão com um corte suave e confortável, ao jeito napolitano.
Também imaginei os alfaiates da Kiton a criar cada parte dos casacos de homem à mão para chegar a um resultado tão único.
O meu olhar prendeu-se nas cores intensas dos casacos de mulher: rosa cereja, amarelo canário, azul marinho, um rosa tom de madrugada e um azul mar que parecia bem mais fresco do que a água na Baía de Nápoles.
Giovanna Paone, da família Kiton, deixou-me tocar nos tecidos que se sentiam tão suaves como apenas uma mistura de caxemira, seda e linho poderiam ser.
Mas no que dizia respeito à forma, o meu entusiasmo esmoreceu. Caía perfeitamente. Era até demasiado perfeito. Sim, haverá mulheres a trabalhar em bancos por aí que quereriam usar um casaco de corte exímio para entrar de forma poderosa numa sala de reuniões. Mas Kiton, com a sua perícia e excelência em alfaiataria, poderia olhar outra vez para aqueles fatos despojados, sedutores e meio casuais dos homens napolitanos. E transformá-los em versões adequadas à silhueta feminina.