Há uma expressão que os rockers, hippies e filhos ilegítimos adoram usar para a sua juventude maníaca, depserdiçada e pautada por estupefacientes: “Se consegues lembrar-te dos anos 70, é porque não estiveste lá!”.
Alguém que pode honestamente dizer que não esteve lá é Matteo Renzi, o novo jovem Primeiro-Ministro de Itália. Agora com 39 anos, nasceu em 1975, muito depois da “Age of Aquarius” e o “Summer of Love” de 1967.
Nos anos 70, ele mal chegara ao berço. Por isso, com este dinâmico novo papel do mais jovem líder na Europa e mais além, porque haveriam os designers na Semana de Moda de Milão de estar loucos com os seventies?
As cores dessa década estão por todo o lado: o mostarda, o alperce, o castanho e o cor de vinho. Há túnicas em camurça – há tudo em camurça. Há franjas a rodos. E até – oh, o horror! – variações nas calças à boca de sino.
Na Gucci, a criadora Frida Giannini estava meio apaixonada pela era, recriando-a de uma maneira polida e luxuosa ao estilo Gucci.
Os “filhos ilegítimos” de Alberta Ferretti usaram franjas em camurça e vestidos florais.
MaxMara ficou louca pela altura em que os chapéus de aba larga e as botas de cano alto estavam em voga. E depois mostrou-as com roupa a condizer – no mesmo padrão.
Mesmo em Costume National, o criador Ennio Capasa optou por camurça e franjas.
Claro, a camurça moderna e os cortes a laser confere-lhes um look mais séc. XXI e os padrões digitais dão um novo significado à expressão “Flower Power”.
Mas certamente está na altura dos criadores italianos olharem em frente – não para trás -, por mais interessante e engraçado que algum desses revivalismos possam ser.
O Primeiro Ministro Renzi, com a sua tendência para tirar o casaco e aparecer numa camisa de bom corte, tem uma ideia correta de Moda. As camisas são atraentes. Ou melhor, são cool. E são muito mais adequadas que camurça e franjas nos tempos modernos.