Com t-shirts desportivas oversized, blusas com padrões de folhagem e saias estampadas com a imagem de uma cabana dominada por palmeiras, Stella Jean optou por um destino diferente na sua mais recente coleção.
“Fui a casa”, revelou, querendo dizer que, pela primeira vez na sua carreira enquanto criadora, inspirou-se no Haiti, parte da sua ascendência familiar. E não foi apenas nos padrões cénicos e coloridos, estampados até nos fatos de banho.
Parte da sua missão foi ter peças feitas no Haiti, recorrendo à expertise da United Nations’ International Trade Centre (ITC) Ethical Fashion Initiative, que luta por centros de manufatura ética e sustentável em países em desenvolvimento.
Por isso, tanto quanto queria captar o país através da sua arte naïf, a designer, que cresceu em Itália, estava também determinada em ajudar a população.
Os padrões recorrentes de burros e os autocarros “tap tap” pintados foram inspirados no Haïti, mas produzidos em saias modernas, fluidas e lápis. Mostraram que Stella Jean deu um passo em frente no seu trabalho de Moda.
Mas Stella Jean tinha também joalharia artesanal: pulseiras em corno, algumas peças em metal e até decorações em papier-mâché.
Simone Cipriani, que encabeça o projeto ITC disse, no desfile, que os planos estão a andar em velocidade cruzeiro e que uma fábrica já está a ser construída no Gana. Como provou o desfile de Stella Jean, uma pessoa pode regozihar-se e ser feliz ao mesmo tempo que ajuda a atribuir poder a artesãos.