Richard Nicoll é conhecido pela sua alfaiataria concisa. Foi isso que o levou até ao estúdio de design da Cerruti e foi assim que ele criou a sua própria marca. O foco geral da moda desta estação na camisa estruturada e a roupa desportiva casual deveriam ter sido ideais para ele.
No entanto, a mulher de Nicoll avançou numa outra direção, com uma alfaiataria tão fluida que quase fugiu, enquanto os tons pastel – bonitas cores de macaroon – pareciam marcar a tendência deste verão.
O desfile começou bem, com vestidos prateados simples e a fibra ótica reluzindo sob a luz. Num gesto invulgar, Nicoll ‘associou’ esta estação à Sininho, a fada da Disney, e o efeito Peter Pan parece ter enfeitiçado toda a coleção.
Viram-se tops desportivos e calções num lilás brilhante, com um bomber jacket iridescente a condizer. Ou um vestido comprido num murmúrio de chiffon turquesa, vestido sobre calções às bolas. Mais sólido foi um macacão, abrindo-se de lado e com um corte fabuloso.
Contudo, o desfile transmitiu frequentemente a sensação de que Nicoll bebera um golo da poção mágica de Alice no país das Maravilhas, fazendo com que até peças relativamente simples como as malhas parecessem exageradamente ameninadas.
Depois de aceitar esta enorme mudança de direção, consegui encontrar belas peças, incluindo um casaco às bolas com calções a condizer.
Mas mudar de forma tão dramática é uma jogada perigosa num mundo de moda em que uma marca deve ter um significado bem definido.