Semana da Moda de Nova Iorque, Dia Sete
Ralph Lauren apresentou uma joia de coleção, tendo por pano de fundo um inesperado tema de caqui militar. Mas os tecidos luxuosos e suaves – de cetim a chiffon – e o amarelo esverdeado iluminado por joias de cores intensas, não poderiam ser mais distantes do que se espera encontrar no mato ou num campo de batalha.
“O caqui sempre fez parte do meu mundo, juntamente com a ganga, e as joias vieram-me à mente por causa da Índia, mas sem exageros”, disse Ralph Lauren, enquanto recebia uma ovação da sua família e de Julianne Moore, sentada na primeira fila.
O elemento indiano surgiu em calças Gurkha, com ancas fartas, ou saias frescas, como se veem nos safaris oníricos do cinema – sempre em cores vivas, mas não agressivas.
A essência do desfile foi anunciada pela fila de candelabros envoltos em chiffon para esbater os brilhos. Tudo era luxuoso, mas subtil – à exceção do top em seda violeta que abriu o desfile e dos borrifos de cor de rosa Marajá, ou o amarelo o verde das malaguetas.
Mas a estrela foi o caqui, utilizado da mesma maneira que a ganga em todo o tipo de peças, desde um casaco de Rajá justo a um top de safari. Tudo parecia glamoroso, como uma saia de noite fluida em chiffon. Mais dramática foi a utilização de um lenço com lantejoulas no pescoço para iluminar uma camisa em tons de verde azeitona e um colar multicolorido no interior de uma blusa com o mesmo tipo de corte.
O credo de um desfile Ralph Lauren é quem sai aos seus nunca degenera – muito. Por conseguinte, os desfiles são de certo modo previsíveis. Ou fiéis à marca, se encaramos as coisas de uma perspetiva diferente.
Este desfile de verão, no último dia Semana da Moda de Nova Iorque, foi arquetipicamente Ralph, mas com alguns elementos novos, sobretudo na escolha de materiais e acessórios. Sapatos, malas e especialmente aquelas joias, sugerem uma nova inspiração do designer, cuja escapadela até à Índia deu frutos.