Luxuoso, calmo e voluptuoso – o estilo quintessencial de la Renta para a Semana da Moda de Nova Iorque, Dia Cinco
“Leveza – e flores – é por isso que as tenho aqui”, disse Oscar de la Renta, referindo-se ao aglomerado de flores cor de rosa e folhagem verde que decorava a parte de trás da passarela.
A ideia de roupas bonitas para o verão parece um cliché – até a vermos excecionalmente bem executada em axadrezados em tons de azálea semelhantes a Vicky, em vestidos de corte simples, e com rendas dando volume a saias curtas, cujas frentes curvas permitiam uma passada larga.
Os primeiros conjuntos foram todos apresentados com sandálias rasas, como se Oscar estivesse a apelar a uma nova geração.
No entanto, as suas clientes preferidas não teriam saltado do seu lugar num êxtase de aplausos se o designer não tivesse pensado nelas. Foi nesse contexto que vimos um vestido sofisticado decorado com túlipas prateadas e até casacos em pelo, leves como o ar, decorados com padrões de flores.
Oscar dedicou a sua vida inteira ao domínio da técnica: como domesticar um tecido enquanto dá corpo a outro. E é adepto de compreender a cor em gradações de tons, desde o azul celeste ao verde relva.
A sua maior habilidade é possivelmente conseguir criar feminilidade sem a fazer parecer tola ou afetada.
A mensagem principal desta coleção foram as flores, bordadas em camadas leves de organza ou em malha mais grossa, mas um vestido branco em renda com saia rodada era igualmente bonito. Por vezes, a renda parecia flutuar para baixo a partir de uma parte de cima mais sólida, criando uma névoa envolvendo as pernas.
Há pouquíssimos designers no mundo com formação em alta costura. Nos E.U.A., são uma espécie ameaçada de extinção. Esperemos que Oscar governe por muitos e bons anos num reino de moda feito de luxo, calma e formas voluptuosas que emoldurem as mulheres com elegância e respeito.