Semana da Moda de Nova Iorque, Dia Quatro
Donna Karan acredita na arte, em artesãos e na elegância étnica africana. Mas a coleção que apresentou para o verão de 2015 era demasiado pesada, com decorações escuras e padrões de graffiti – isso para não mencionar aqueles estranhos chapéus altos ao estilo Amish.
A designer foi uma pioneira da etnicidade africana e integrou-a na roupa desportiva norte-americana. Também se focou nos corpos femininos com as suas peças originais e fáceis de vestir na década de 1980.
Estes valores essenciais continuam presentes, com partes de cima ousadas de espírito africano dando uma vibração forte e feminina aos vestidos de verão.
Mas havia algo de estranho e constritor nos cintos e pulseiras em cabedal. Os padrões de rabiscos de graffiti pareciam tão pesadas como as obras vermelhas e pretas digitalmente alternadas em plano de fundo.
Alguns conjuntos étnicos foram bem sucedidos, sobretudo os fatos em tweed artesanais debruados com franjas – mais evocativos de Coco Chanel do que da costa do Marfim.
Contudo, não consegui abstrair-me de uns quantos vestidos drapeados que fluíam livremente sobre o corpo ou de outros num material simples que envolviam confortavelmente as formas com os seus drapeados e rachas.
Donna Karan parece estar a esforçar-se demasiado para incorporar influências africanas. Nova Iorque, a sua cidade natal, ofereceria certamente soluções e peças mais fáceis.