As flores espalhadas no chão formavam duas letras, escritas com peónias cor de rosa: “TH” – de Tommy Hilfiger. Mas tinham também outros significados: os filhos das flores, o Verão do Amor, os Beatles no seu submarino amarelo e o entusiasmo em recriar a época hippie de festivais como Coachella e Glastonbury.
Até o convite para o desfile foi impresso no centro de um disco de vinil anterior à era digital.
“Comemorar os festivais de música das décadas de 1960 e 1970s – o meu tempo!’ disse Tommy nos bastidores, no final de um dos desfiles mais vibrantes por si organizados nos últimos tempos.
Das camisolas largas tipo boyfriend, com padrões de estrelas e caveiras, às botas com ainda mais estrelas, houve qualquer coisa de mágico na coleção, com uma banda a atuar ao vivo e flores frescas a contribuirem para o ambiente de festival.
As meninas bonitinhas do costume haviam-se transformado numa espécie de Marianne Faithfull escondida dentro de uma capa às riscas. E não havia sinais do look festivaleiro habitual de Kate Moss, composto por calções e um top em ganga.
A mistura de glitter e grunge funcionou bem numa camisola com uma estrela explodindo sobre skinny jeans em patchwork. E tiras de tecido brilhante de um fato-macaco foram igualmente utilizadas num vestido de praia.
Não há qualquer profundidade numa coleção de Hilfiger. Vestidos curtos, calças justas e chapéus de motoqueiro foram apresentados com floreados – mas sem a ironia ou tensão presentes no trabalho de Marc Jacobs ou Karl Lagerfeld.
Desta vez, porém, sentiu-se que Tommy pegou em algo existente na sua alma e o transformou numa melodia de moda.