New York Fashion Week – Dia Três
A música de Black Orpheus transportou a Midtown de Nova Iorque para as favelas do Brasil, mas foi aqui que acabou a ligação entre o desfile de Thakoon e o cativante e sensual filme de 1959.
O designer de ascendência tailandesa e norte-americana contou a história por detrás desta coleção nos bastidores quando disse: “o exotismo visto através dos olhos de um turista”. A maioria das modelos eram raparigas ocidentais pálidas vestindo roupas cujos padrões de folhas da selva ou tufos de fio não eram suficientes para captar o ritmo dos tambores do desejo ou o ambiente louco do Carnaval do Rio.
Mas talvez fosse essa a ideia: captar o espírito brasileiro sem tornar as roupas demasiado “étnicas”. A mistura de tops e saias curtas de corte rigoroso com apenas os tufos a evocar uma batida tribal ou o fluxo de calças leves e translúcidas sob uma túnica com padrões ousados ocidentalizaram os elementos mais selvagens.
Padrões triangulares em preto e branco, seguindo o espírito dos bobos italianos, contribuíram com outra dinâmica e um efeito mais geométrico. O resultado final não foi coerente, mas houve elementos fortes que irão certamente destacar-se quando esta coleção Thakoon for editada para as vendas.