Donatella Versace marchou orgulhosamente, batendo com os saltos das suas botas no soalho em mármore falso preto e branco, com o designer Anthony Vaccarello, vestindo skinny jeans e ténis, a seu lado.
Ao longo dos anos já ouvi falar muito sobre o DNA de um designer – ou seja, o coração de uma visão de moda. E isso aconteceu com o novo designer nesta coleção Versus Versace, anteriormente desenhada pelos britânicos Christopher Kane e Jonathan Anderson.
Nos desfiles de Paris já tinha acompanhado os jogos de pele do designer de ascendência belga e italiana– clarões de carne em roupas bem cortadas. Em Nova Iorque, tudo se compôs.
Enquanto as modelos posavam em escadas escarlates no início da after-party, vi a essência da Versus: pernas nuas, saias curtas, decotes quadrados, casacos estruturados, cintos pretos brilhantes, fivelas metálicas ou botões dourados num vestido desportivo até aos pés com uma racha lateral.
Nada disto foi uma revelação. Mas Vaccarello pegou na essência do look e deu-lhe um minimalismo erótico – culminando uma reinterpretação dos alfinetes-de-ama prendendo pregas de tecido sobre a pele que colocaram Elizabeth Hurley no mapa da moda global há vinte anos.
Uma saia branca delicada com calças skinny ou um vestido-camiseiro estruturado com padrões de Medusa trouxeram a coleção para este milénio. Tal como os vestidos pretos reveladores de pele, a coleção poderia ter sido cortada ao meio que teria o mesmo impacto.
Foi um momento genuinamente Versus Versace.