O vestido, com a sua saia branca grande e esvoaçante, e enormes flores, parecia leve com uma pena. Mas no caso do desfile de Carolina Herrera, era feito de um material muito mais inesperado.
“Fatos de mergulho”, disse a designer, que costuma ser associada a sedas e cetins, e não a materiais de espuma.
Estes materiais tecnológicos conferiram uma leveza excecional aos vestidos e pareceram absorver os padrões florais, que foram engolidos por aperfeiçoamentos digitais.
Foi bom ver Carolina experimentar novas ideias, mantendo-se simultaneamente fiel ao seu DNA de glamour gracioso.
Ao estender o braço para tocar nas peças nos bastidores, espremendo o tecido esponjoso entre os dedos, compreendi melhor esta ideia de ‘tecno’ crêpe e piqué. Explicaram-me que a designer conseguia criar efeitos bastante requintados misturando este material com linho.
Exemplo disso era um top branco usado com uma saia comprida rodada, na qual as flores estavam impressas em painéis laterais em linho; ou uma peónia cor de laranja, ampliada como numa pintura de Georgia O’Keeffe, impressa em ambas as mangas de um vestido estruturado. As flores de proporções exageradas foram plantadas um pouco por toda a parte, da barriga até às coxas.
O foco da coleção incidia claramente sobre as flores, tanto sob a forma de padrões como de cores, nomeadamente o azul dos lírios, o amarelo dos narcisos e o roxo das peónias. No entanto, respeitando o estilo senhoril de Herrera, havia também muitos conjuntos de verão mais simples desfilando pelo jardim.
Carolina nunca irá afastar-se muito das raízes da sua imaginação. Neste instante, porém, atingiu o apogeu da moda. A blusa estruturada, que é a assinatura da sua marca e com a qual ela apareceu na passarela para os agradecimentos finais, é o look mais cool do momento presente e também do próximo verão.