New York Fashion Week – Dia Dois.

 

Rihanna estava na primeira fila, batendo com a ponta dos seus sapatos de plataforma vermelho tomate no chão, vestida com um conjunto Alexander Wang azul tão curto que a bainha não ficava muito longe do chapéu a condizer.

E a artista da indústria da música foi a primeira a saltar do lugar quando o seu  designer preferido apareceu na passarela para agradecer.

“A ideia principal é fetichizar os ténis”, disse Wang nos bastidores, explicando a essência de uma coleção focada na roupa desportiva, elevada a um alto patamar de elegância e energia – com os seus característicos ténis com padrões e fechos de atar incorporados em peças dinâmicas.

“Os ténis são uma obsessão para toda a gente, por isso pensei: ‘por que não fazer um desfile baseado em todas as peças icónicas com que cresci e que significam alguma coisa para a minha geração?’”, disse o designer, explicando que estes elementos foram trabalhados de forma artesanal.

O resultado foi uma mistura imaginativa daquilo que Wang faz: a energia desportiva e os tecidos avançados da linha com o seu nome e a elegância típica da alta costura que Wang aprendeu ao desempenhar o seu papel na Balenciaga, em Paris.

Tudo isso foi traduzido em graciosos vestidos pelo tornozelo – ainda em tecidos desportivos – combinados com as peças inspiradas nos ténis.

Na estação passada, Wang criou jogos de moda com roupas que mudavam de cor consoante a temperatura corporal. Para o verão de 2015, ele integrou cores vivas na coleção, incluindo vagas de vermelho, azul e branco num top ou tons vivos Nike em vestidos elásticos curtos.

Num gesto significativo, os pés das modelos não estavam cobertos pelos ténis que deram uma reviravolta à alta costura de Chanel. Em vez disso, os sapatos eram modelos com saltos altos confortáveis para o dia a dia.

O ponto forte de Wang é a energia que consegue incutir nas suas coleções. É como se as imagens do sapato de atacadores se pudessem abrir sobre a barriga ou o efeito de atacadores entrelaçados distendendo-se sobre o peito.

Wang aprendeu muito sobre a moda e a maneira de temperar o ritmo de um desfile desde que iniciou a sua carreira, há nove anos. Uma nuvem cinzenta suave entrecortava as cores vivas e alegres dos ténis, fazendo as roupas parecerem apropriadas para várias gerações.

Esta coleção foi importante porque o designer mostrou a sua maturidade de Moda rápida e dinâmica – e também contribuiu para animar a roupa desportiva norte-americana, cuja imagem tem recentemente sofrido um declínio.

É difícil imaginar como Wang pode ser tão produtivo ao ponto de conseguir atravessar continentes, de Nova Iorque à China. Acho que ele deve usar um par daqueles ténis mágicos.