New York Fashion Week – Dia Um.
“Tenho 28 a caminho dos 78!” disse Wes Gordon, elegante no seu fato de alfaiate e camisa branca, ao apresentar a sua coleção para o verão de 2015 a uma Nova Iorque bafejada pelos ares quentes e húmidos de setembro.
Neste comentário sobre a sua idade, o designer referia-se a uma certa graciosidade e contenção que foi a forma refrescante por si encontrada de travar o recente fluxo de vulgaridade na moda.
Um casaco com decote em V combinado com calças estreitas, vestidos justos pelo meio da perna, cortados de uma forma modesta e desfilados com sapatos rasos, sugeriam uma abordagem suave ao modernismo.
Não sei se o seu passado no sul dos E.U.A. – Wes é nativo de Atlanta, no estado da Georgia – lhe deu um espírito particular, respeitador das mulheres.
Pode ter sido inspirado pelos estágios realizados com Tom Ford e Oscar de la Renta. Ou pode ter aprendido a utilizar a sua essência sulista no curso de moda que frequentou na Central Saint Martin’s, em Londres.
O resultado, exprimindo levemente a feminilidade, foi apresentado numa escolha subtil de tecidos – renda, sobretudo – e em cores.
Mesmo após um par de verões com pastéis a evocar macaroons, as suas combinações atuais de cor de rosa suave, azul bebé e verde pálido compuseram uma coleção feminina, mas não “bonita” de uma forma demasiado óbvia. Até uma risca prateada, por exemplo, traçada sobre os ombros de uma camisola era discreta.
As notas do programa apresentavam uma lista de tecidos delicados, que conferiram uma aparência elegante e nunca agressiva à coleção de Wes Gordon.