A Chaumet rega as suas hortenses sequiosas.
Os segredos do savoir-faire da Chaumet partilhados por Pascal Bourdariat, o 12º Mestre da Oficina da Maison.
A hortense foi inventada como símbolo da casa Chaumet pela diretora artística Claire Dévé-Rakoff. Ela apresentou a flor, a que os franceses chamam hortensia, na sua primeira coleção para a joalharia da Place Vendôme, no ano passado.
Tendo uma flor excecionalmente sequiosa como ponto de partida, o enfoque na água parece lógico – e é esse mesmo o tema das doze peças de alta joalharia criadas para a Biennale de Paris.
Descreveria a coleção como modernismo poético. O movimento rodopiante das joias, os tons de azul, verde e branco gelado, o uso de águas-marinhas, opalas e, como não poderia deixar de ser, diamantes, reproduz a sensação de água em movimento.
Chaumet apelidou a coleção de Lumières d’Eau – que se pode traduzir como “luzes de água”. A designer acrescentou ao seu trabalho uma citação de Gaston Bachelard, famosa pela sua obra The Poetics of Space, de 1958.
“A água é um céu invertido onde as estrelas assumem uma nova vida”, escreveu Bachelard. Transposto para a joalharia, o efeito da água “fluindo, congelada ou caindo como uma cascata” torna-se um colar em platina e outo branco com cristal de rocha e uma cortina de diamantes com corte de brilhante. O efeito gélido faz lembrar água congelada.
Conjuntos alongados com linhas finas de cor, como safiras com gradação em tons de azul e amarelo, evocavam reflexos da Lua sobre a água. As opalas etíopes, com as suas tonalidades aquosas e cortes cabochon arredondados incrustadas em colares e pulseiras, recriavam o efeito da aurora boreal.
As gradações de cor e o uso imaginativo das pedras mostram o poder da nova e criativa designer da Chaumet.
Em exibição na Biennale des Antiquaires, Paris, de 11 a 21 de setembro.