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Suzy Menkes
international vogue editor

09

Gaultier crava os seus dentes no look de vampiro.

“Ele foi o primeiro designer tipo estrela de rock e exerceu uma grande influência sobre nós – reconheceu e desafiou as convenções da altura, esmagando preconceitos”, disse Baz Luhrmann referindo-se a Jean Paul Gaultier, sentado na primeira fila da Casa de Horrores vermelho-sangue que servia de cenário ao desfile de Gaultier.

O realizador cinematográfico e a sua mulher, a designer de guarda-roupa Catherine Martin, devem ser clarividentes. Porque esta apresentação vampírica do enfant terrible transformado em grande costureiro francês utilizou a carreira do designer como ponto de referência.

O desfile terminou com Gaultier de joelhos diante da vencedora do Festival da Eurovisão, Conchita Wurst, que usava um “vestido de casamento” vermelho e preto.

Com todo aquele preto, sangue e cores alusivas, os looks vampíricos e o espetáculo em si (incluindo algumas quedas de stilettos bastante afiados), foi um belíssimo desfile de Gaultier.

Tudo o que um cliente precisava de fazer era limpar o sangue para descobrir os fashion codes do designer: fatos de calças tão perfeitamente desenhados que foram literalmente cortados à volta do corpo; milagres da arte de fazer leques transformando pregas numa moldura para o rosto; seda e penas de corvo combinadas com mohair; casacos magnificamente cortados.

A coleção apresentou peças de sportswear, como se o vermelho em vez do azul fosse a cor da seleção nacional francesa e os jogadores tivessem entregado os seus uniformes ao outro sexo.

E viram-se mulheres fortes, carregadas de sexualidade e atitude, tal como Gaultier as inventou pela primeira vez na década de 1980.

O seu tema de capacitação feminina mantém-se inalterado, mas a sua técnica mudou. Esta Danse Macabre, interpretada com os sons góticos de Marilyn Manson como banda sonora, incluía tantos conjuntos diferentes que o volume de peças, em todas as cores e estilos, foi impressionante.

Gaultier pode não ser a sua chávena de chá – mas foi um desfile poderoso.

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Vogue International Editor Suzy Menkes is the best-known fashion journalist in the world. After 25 years commenting on fashion for the International Herald Tribune (rebranded recently as The International New York Times), Suzy Menkes now writes exclusively for Vogue online, covering fashion worldwide.

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