Prémio justo para guerreiros
Por muito que isso custe a admitir a determinadas pessoas, a verdade é que Portugal não tem um historial rico no que se refere a resultados de relevo no ténis internacional. Contam-se pelos dedos das mãos os tenistas, homens e mulheres, que ao longo dos tempos tiveram arte suficiente para andar próximo dos melhores (leia-se top 200). Dito isto, dá para ter uma ideia mais precisa do feito que, ontem, Rui Machado e Frederico Gil protagonizaram ao alcançar os quartos-de-final do Estoril Open. Só eles (o lisboeta é o recordista nacional, pois atinge esta fase pela terceira vez na carreira), João Cunha e Silva e Nuno Marques podem gabar-se de ter chegado tão longe no principal torneio português. E importa salientar que resultados deste quilate não caem do céu. Para poder eliminar gente conceituada, que figura entre os 100 melhores do planeta, não é preciso apenas ter qualidade. Sem um trabalho constante, ao longo dos anos, é impossível. Machado e Gil estão neste ponto (e um deles irá para as “meias”) porque há muito lutam, como guerreiros, por um sonho. Eles merecem isto. E talvez muito mais, digo eu…
“O meu serviço”, texto publicado na edição de sexta-feira da edição impressa de Record