Cornada para meditar
Já aqui confessei que, não sendo um militante anti-touradas, acho mais piada ao espectáculo quando o animal coloca em respeito quem se lembra de o incomodar e maltratar. Isso não significa, no entanto, desejar qualquer mal aos profissionais que escolhem como ofício enfrentar touros.
Na televisão, e ao vivo, já vi muita gente sentir no corpo o poder dos animais enraivecidos, mas nunca tinha observado nada como aquilo que sucedeu sexta-feira na praça de Las Ventas, em Madrid. O matador espanhol Júlio Aparício tropeçou numa das patas de um touro e levou uma cornada que, seguramente, jamais vai esquecer.
A cornada entrou pelo pescoço do profissional e saiu pela boca, provocando-lhe uma lesão grave que, depois de duas operações, parece estar controlada, apesar do toureiro não conseguir falar. A imagem é verdadeiramente arrepiante e ajuda, tenho a certeza, a luta de todos aqueles (e são muitos) que são contra este tipo de actividade. Ainda assim, convém recordar que Aparício (como qualquer outro toureiro) só entrou na arena porque assim o desejou. Ao invés do que se passou com o “Opíparo”…