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A saída de cena de Jesualdo Ferreira durante a conferência de imprensa que se seguiu à vitória portista na Taça de Portugal, mais do que uma triste demonstração de falta de respeito por quem estav..." /> Os nervos de Jesualdo - Olhos de ver - Record

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Os nervos de Jesualdo

17 Maio, 2010 479 visualizações

A saída de cena de Jesualdo Ferreira durante a conferência de imprensa que se seguiu à vitória portista na Taça de Portugal, mais do que uma triste demonstração de falta de respeito por quem estava a fazer o seu trabalho, confirma que o (ainda) treinador dos dragões anda a atravessar uma fase demasiado nervosa e que, por via disso, tende a não ter as atitudes mais consentâneas com o seu cargo, estatuto ou passado.

Mesmo possuindo formação académica acima da maioria dos treinadores portugueses, o professor nem sempre faz questão de o exibir. Por vezes, ao ter determinados comportamentos e/ou declarações, esquece-se que é figura pública, que orienta um dos principais clubes portugueses e que vive no meio do futebol – só o que mais paixões (e curiosidade) suscita no País.

Jesualdo Ferreira considera que o seu futuro enquanto treinador do FC Porto é um assunto que só diz respeito a ele próprio e ao clube. Está enganado. Só ele e o FC Porto, é verdade, podem definir o que se vai passar, seja através de uma separação ou da continuidade. Contudo, o interesse em relação ao que se vai passar não é exclusivo das duas partes. Será que o professor, por exemplo, não considera que isso é tema que interessa também aos sócios do clube portista ou aos accionistas da SAD azul e branca, no fundo aqueles que contribuem para o seu (e dos jogadores) ordenado? E ao simples adepto dos dragões, saber se o treinador da época vindoura é o mesmo desta que agora terminou também será algo que não desperta curiosidade?

O público, inclusive o benfiquista e sportinguista, tem todo o interesse em saber o que se passa com Jesualdo ou, visto de outra forma, o que sucederá no futuro a curto prazo com a equipa de futebol do FC Porto, independentemente de estarmos a falar do técnico ou dos futebolistas. E se as pessoas querem saber, aos jornalistas cabe investigar o tema e, de forma directa, questionar os envolvidos, para da maneira mais fidedigna levar a informação a quem a deseja. Há aqui algum erro? Isto não funcionou sempre assim?

Ao escutar as declarações de Jesualdo no Jamor fiquei com a certeza que o professor, como qualquer outra pessoa no Mundo, tende a falhar, a desviar-se da razão e da lógica, quando debaixo de grande pressão. E é escusado ele dizer que não se passa nada disso. É óbvio que sim. E não digo isso apenas pela brusca saída da conferência de imprensa, num gesto que qualifico apenas de infeliz. As duas recentes expulsões, mesmo em partidas que a sua equipa venceu, ajudam a reforçar a ideia de que o treinador tem andado nervoso. Não é normal isso suceder duas vezes, com um intervalo tão diminuto, quando – segundo o próprio – passou uma carreira inteira sem ser expulso. E também não me parece que a culpa possa ser só dos árbitros. Se fosse assim, Jesualdo seria um caso único no planeta, por precisar de tantos anos de futebol para, por fim, ter razão de queixa dos juízes…