A crise segundo Lucas
Robert Lucas publicou um interessante conjunto de slides onde expõe a sua visão acerca da Grande Recessão. A narrativa do Nobel de 1995 contrasta com a do Nobel de 2008, que tem defendido que a actual crise se arrasta devido à repetição dos erros cometidos por Roosevelt em 1937: retirar estímulos à economia perante uma recuperação ainda tímida.
O voto em branco não é como o algodão – engana
Nota do editor: artigo de opinião publicado na edição de ontem do Negócios.
O voto em branco ameaça virar moda. Como qualquer moda, é frágil, superficial e passageiro. Mas como não gosto de modas, atiro-me ao desfile dos argumentos que pululam por aí.
A democracia aflita… e logo na Grécia
Nasceu na Grécia, espalhou-se pelo mundo que consideramos desenvolvido, mas está agora em apuros. E logo na terra-mãe. Jean Quatremer, no seu blogue Coulisses de Bruxelles, faz um retrato desolador da avaliação dos gregos sobre a política interna. Por exemplo: quase um quarto deseja um líder forte e entende que o Parlamento não pode ser um obstáculo para reformar o país.
Quem perde com a reestruturação grega?
O cenário de algum tipo de reestruturação da dívida pública grega parece já quase certo. Para efectivamente aliviar o país, o “haircut” a aplicar teria de ser significativo. Admitamos que é de 40% a 50%. Quem perde quanto?

Fonte: Jock Fistick/Bloomberg (José Manuel Barroso; Angela Merkel; George Papandreou; Nicolas Sarkozy; Herman Van Rompuy; Jean-Claude Trichet)
O Negócios de hoje tem algumas das respostas que vamos aqui sintetizar, acrescentando mais alguma informação.
As limitações das sondagens e a vitória de Passos no debate com Sócrates
A divisão de opiniões sobre quem ganhou o debate entre Sócrates e Passos Coelho da passada sexta-feira dificultaram uma conclusão segura. Embora uma sondagem da Universidade Católica, feita especificamente para o efeito logo após o debate, tenha dado a vitória a Passos, muitos dos opinadores dividiram-se.
Na terça-feira, uma sondagem da Intercampus (para o Público e TVI) pareceu mostrar um início de descolagem do PSD (39,6%) face ao PS (33,2%) nas intenções de voto para as legislativas, algo que no Público se chamou de “sondagem da viragem“, alavancando em cima do debate. A vitória de Passos na sexta-feira anterior parecia confirmar-se. Mas, apenas um dia depois, as sondagens da Eurosondagem (para SIC/Expresso/Renascença) e da Universidade Católica (para Antena 1/ RTP/ DN e JN) desfizeram a tese e apontaram para empates técnicos entre os dois partidos.
Mas afinal, o debate foi ou não decisivo e ou houve ou não um vencedor? Pedro Magalhães, um dos maiores especialistas em sondagens, dá um excelente contributo de análise no seu blogue, o Margens de Erro, sobre “o efeito dos debates” e a vitória de Passos Coelho no estudo de opinião da Católica. Uma conclusão: a sondagem incluiu mais simpatizantes do PSD do que do PS sendo, por isso, limitada na sua capacidade de representar o país.
