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Leituras da manhã na redacção do negócios

O silêncio português e a escolha de vencedores na Europa

23/10/2012
Colocado por: Rui Peres Jorge

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Francois Hollande,presidente francês (esquerda), Mario Monti, primeiro ministro italiano (centro) e Enda Kenny, primeiro ministro irlandês na Cimeira da semana passada. Fonte: Jock Fistick/Bloomberg

 

Ao contrário de Portugal e Espanha, a Irlanda poderá vir beneficiar de recapitalização retroactiva dos seus bancos, depois de receber o apoio da Alemanha e da França. É um caso especial diz o eixo-franco alemão para gáudio irlandês como descreve o Público. A posição chega poucas semanas deppois de se saber que, em nome da transmissão da política monetária, o BCE poderá comprar obrigações de Espanha e Itália, mas não de Portugal e Irlanda. E em todo caso provavelmente antes de Irlanda do que de Portugal. No meio disto, o Governo português permanece em silêncio em Portugal e pelo vistos nas próprias negociações. Fica por perceber se a Europa escolhe vencedores na luta contra a crise (como afirma um responsável irlandês) como o faz. e qual a estratégia nacional. Além disso, estamos também a ler: 

O fantasma da Grécia paira sobre Portugal

25/09/2012
Colocado por: Rui Peres Jorge

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Como o Negócios notou pela manhã o recuo do Governo na TSU correu o mundo e pintou um quadro negativo sobre o ajustamento português: o Governo sai fragilizado e o próprio sucesso do programa de ajustamento começa a ser posto em causa. O FT chama-lhe um recuo embaraçoso. O El País classifica a medida abandonada como uma “experiência social” e diz que a coligação esteve por um fio. O Wall Street Journal considera que a aplicação de medidas de austeridade adicionais está agora mais difícil. E Ambrose Evans-Pritchard defende que Portugal entrou numa nova fase da crise. O fantasta da Grécia começa a pairar sobre Portugal. A piorar o cenário está a envolvente externa que piora a cada dia. A S&P reviu em baixa as previsões de crescimento para a Zona Euro e para Espanha e avisa que os problemas de liquidez resultarão em recessão certa em Portugal. Ontem, Christine Lagarde apontou para uma revisão em baixa do crescimento mundial por parte do FMI. Além disso, estamos também a ler:

 

2) Inside Mario Draghi's euro rescue plan. A Reuters faz um viagem aos bastidores da tomada de decisão do BCE em comprar dívida pública europeia.

 

3) Central Banks on the Offensive?. BCE, Fed e Banco do Japão anunciaram recentemente medidas anti-crise. Será que estão coordenados? No Project Sydicate Jean Pisani-Ferry diz que, infelizmente, não. 

Draghi sobe a parada

07/08/2012
Colocado por: Rui Peres Jorge

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Apesar de ter desapontado os investidores na semana passada – ao ter colocado a compra de obrigações pelo BCE condicional a pedidos de assistência financeira à UE – Mario Draghi subiu a parada na crise europeia. Os próximos meses serão decisivos e o BCE deverá desempenhar um papel central. Apesar da desilusão dos investidores, a autoridade monetária prepara-se para desempenhar um papel  maior do que alguma vez se imaginou. A Der Spiegel explica como o BCE poderá usar a sua “bazooka”, num texto onde relata o debate dentro do próprio BCE, e onde conclui que a actuação de Frankfurt deverá ser mais gradual do que alguns pensaram (a revista alemã tem um infografia simples sobre a forma como o BCE poderá vir a actuar na compra de obrigações no mercado secundário). A The Economist, nos seus blogues Free Exchange e Charlemagne's notebook, também tenta explicar as dificuldades e riscos que o BCE e Draghi enfrentam, tando do ponto de vista técnico, como político. Além disso estamos também a ler:

 

2. The Point of Exclamation. Ben Yagoda, professor de inglês, escreve no New York Times sobre a forma como a escrita em formatos electrónicos mudou a forma como a pontuação é utilizada, de como um ponto final pode ser sarcástico ou sincero ou de como um ponto de exclamação é quase sempre necessário (fala mesmo de uma “inflação tipo weimar na exclamação”). Vale a pena ler!!

 

3. IMF Pushes Europe to Ease Greek Burden. O FMI quer uma nova reestruturação da dívida pública grega de forma a que o endividamento do Estado em 2020 seja de 100% do PIB, e não de 120% como acordado na última negociação em Fevereiro. Esta será uma condição para que o FMI liberte mais dinheiro em Setembro escreve o Wall Street Journal, que avança as váris formas propostas para que esse objectivo seja atingido.

 

4. Orderly sovereign debt restructuring: missing in action! Um recente estudo do Banco Mundial analisa as reestruturações de dívida nas últimas décadas, incluindo já o caso grego, e defende quais são as melhores condições para que medidas deste tipo tenham sucesso.

Pecados e virtudes da austeridade

19/07/2012
Colocado por: Rui Peres Jorge

Daniel Gros faz hoje uma crítica no Vox ao manifesto anti austeridade de Krugman/Layard, recebendo em troca uma resposta ácida de Simon Wren-Lewis. Gros pega no valor dos défices orçamentais e de crescimento do Reino Unido, EUA e Zona Euro e, perante a situação económica semelhante em que se encontram argumenta que a política orçamental não foi muito restritiva (nem muito importante) e não penalizou em exagero o crescimento. Defende ainda que “sem as medidas de consolidação a dívida pública tornar-se-ia insustentável”. Wren-Lewis responde que a lógica de comparação directa entre países feita por Gros é “é o tipo de exemplos que usamos para convencer os nossos alunos de que deveriam tirar uma cadeira de econometria”. Defende que a austeridade é recessiva e contraproducente, e só deveria acontecer quando o crescimento estiver consolidado. E no que diz respeito à sustentabilidade, as taxas de juros pedidas pelos investidores não corroboram a identificação desse risco. Além disto, também estamos a ler:

 

2. Tradable sectors in Eurozone periphery countries did not underperform in the 2000s. Guillaume Gaulier, Daria Taglioni, Vincent Vicard, do Banco Mundial e do Banco de França, defendem no Vox que os problema nos países do Sul não é (nem foi) falta de de competitividade no sector exportador. O problema foram excessos salariais nos não transaccionáveis, os quais ditaram aumentos de importações insustentáveis.

 

3. España podrá recurrir al dinero del rescate para la compra de deuda pública. O El País teve acesso aos memorandos do resgate espanhol. O dinheiro que receberão poderá até ser usado para comprar dívida pública em mercado secundário. Os documentos estão a ser discutidos nos parlamentos alemão, holandês e finladês, mas ão no espanhol, nota o jornal.

 

4. Analysis: Spain's leader could learn some lessons from Portugal. A Reuters diz que Portugal é muito melhor a comunicar com os mercados e a agradar à troika do que Espanha. Isso acontece em parte porque Pedro Passos Coelho “ganhou uma reputação de obdiência rigorosa à políticas lideradas pela Alemanha de duros cortes em gastos sociais”.  

 

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Quando se reformam as auditoras?

10/07/2012
Colocado por: Elisabete Miranda

Apesar de partilharem grandes responsabilidades nos escândalos financeiros que se têm sucedido, as grandes auditorias têm passado pelos pingos da chuva. Richard Murphy, jurista e activista britânico, defende que, tal como os bancos, as auditoras precisam também de uma profunda e urgente reforma ao nível da sua regulação.

 

Recordando o exemplo da manipulação da Libor por parte do Barclays, que terá passado despercebida à PWC, Richard Murphy sustenta que ou as auditoras aceitam a segregação de funções, coisa a que têm vindo a resistir, multiplicando os serviços que prestam às empresas auditadas, ou simplesmente devem perder por completo a função de auditoria a favor do Estado. (Taxresearch)

 

 Além disso, também estamos a ler:

 

2. “Tax evasion across industries”: A evasão fiscal dos trabalhadores independentes na Grécia foi responsável por 48% do défice em 2008 e 31% em 2009, concluem três investigadores a partir da comparação entre o rendimento declarado ao Fisco e o declarado aos bancos, para efeitos de pedidos de crédito.

 

3. “Onde o dinheiro mora“: A idoneidade fiscal de Mitt Romney, candidato republicano à presidência dos EUA nas próximas eleições de Novembro, continua a dar que falar. A Vanity Fair segue-lhe o rasto do dinheiro e das pistas que o tentam dissimular.  

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