A equipa que “se levanta a pensar no programa” custa, para já, 30 mil euros por mês

25/08/2011
Colocado por: Filomena Lanca

Por enquanto são apenas sete – sem contar com o próprio secretário de Estado -, mas podem chegar a 30, segundo a Resolução do Conselho de Ministros publicada em Diário da República. Já aí se lê que trabalham com isenção de horário de trabalho sem receber mais por isso e Carlos Moedas garantiu esta semana no Parlamento que a sua equipa “levanta-se a pensar no programa” e “está constantemente a acompanhar o que cada ministério está a fazer”, num cenário em que “muitas férias foram adiadas”.

 

A equipa em questão é a ESAME, leia-se, Estrutura de Acompanhamento dos Memorandos, e tem como função supervisionar “o cumprimento integral e atempado das medidas da troika”. A sua liderança foi entregue ao secretário de Estado Adjunto de Passos Coelho que esta semana foi ao Parlamento apresentar aos deputados um primeiro balanço do trabalho feito até agora no âmbito do programa de assistência financeira a Portugal.

 

Carlos Moedas não falou da equipa individualmente, mas os seus nomes, a bem da transparência prometida pelo novo Executivo, estão no portal do Governo, bem como os respectivos salários que somam, para já, um pouco menos de trinta mil euros mensais. O mais baixo fica-se pelos 2.500 euros brutos, mas o mais elevado chega aos 5.775,53 euros. Brutos, também.

 

Moedas foi buscá-los a vários sítios: Há duas advogadas, uma tax director da PricewaterhouseCoopers, um outro especialista veio da banca de investimentos (mais exactamente na Goldman Sachs), outro ainda que trabalhava na Portugal Telecom. Apenas dois têm percursos que incluíam já a Administração Pública.

 

Não se sabe se haverá mais nomeações para a ESAME, nem isso foi discutido com os deputados. Carlos Moedas apresentou números, mas de outra ordem: 22 medidas da troika cumpridas e devidamente supervisionadas, mais 75 que avançarão em Setembro e, em cada uma delas, muito trabalho da sua equipa, que, a título de primeiro balanço, contabilizou 85 reuniões, com 35 entidades diferentes, a um ritmo de concretização de “praticamente uma medida por dia”. 

 

No seu trabalho de acompanhamento da execução e de promoção da cooperação entre os vários ministérios envolvidos em cada uma das medidas, a ESAME, gabou-se Carlos Moedas, “está cinco reuniões à frente”, ou seja, tudo está a ser preparado muito antes do prazo final dado pela troika para cada medida.

 

O fim também já está anunciado: A ESAME será extinta “no dia em que a troika sair de Portugal”. 

Filomena Lanca