Técnicos portugueses são muito bons
Luís Filipe Vieira está a caminho da China para vender jogadores: Jonas, Talisca e Salvio na bagagem, como temas centrais de negócios que se pretendem chorudos. Chegou a hora de os dirigentes brilharem, agora que a época caminha a passos largos para o fim. O que espera então os técnicos? A reconstrução das equipas quando o Europeu, as férias e os Jogos Olímpicos terminarem. São mesmo bons os treinadores portugueses. Se dúvidas houvessem, as sangrias que são obrigados a enfrentar ano após ano e os fantásticos trabalhos que vão conseguindo mostram como por cá moram alguns nomes que só não são maiores porque a liga nacional não brilha além fronteiras.
O futebol português seria poderosíssimo se que a nossa capacidade económica permitisse aos três grandes a manutenção dos melhores, à imagem do que fazem os tubarões de Espanha, Inglaterra e o PSG em França. Imagine o que seriam Benfica, Sporting e FC Porto hoje se nos últimos anos não tivessem vendido a peso de ouro os seus craques para ligas mais endinheiradas. Problema é que é quase impossível resistir às cinco grandes ligas europeias – veja-se o caso recente de Renato Sanches, que não fez mais do que uns meses na Luz – e não é preciso tratarem-se de grandes nomes. Qualquer clube do meio da tabela inglês pode contratar a águias, leões ou dragões. E depois ainda há a Rússia, a China, a Turquia ou até a Grécia. O que poderia ter feito Jesus se Vieira não tivesse vendido os talentos que orientou na Luz? Ou Vítor Pereira se pudesse ter somado aos seus alguns dos que foram dados a Lopetegui? Infelizmente nunca saberemos. É que mesmo fazendo negócios milionários os grandes são deficitários e acumulam passivos gigantescos. Certeza? Repito: 0s técnicos portugueses são mesmo muito bons.
Texto publicado em Record Premium e naversão impressa a 19 de Maio de 2016