Um pesadelo tão imerecido
Um verdadeiro pesadelo, eis no que se tornou a viagem do Sp. Braga à Ucrânia, nomeadamente para o jovem Ricardo Ferreira, que acabou por marcar dois infelizes autogolos. Os guerreiros não deixaram de ser uma equipa bem treinada e de méritos, mas o Shakthar foi demasiado forte. E a formação portuguesa parece começar a acusar a época longa que leva nas pernas.
Apesar de ter um plantel equilibrado, a verdade é que o Sp. Braga leva já muito jogo nas pernas e foram muitas as frentes em que se conseguiu manter até o momento. Foi pena terminar esta aventura com uma goleada na Ucrânia. Mas que isso não retire discernimento às gentes bracarenses. Com o que lhe foi colocado à disposição, Paulo Fonseca já está de parabéns. Assim como os jogadores. Dão tudo o que têm.
No Benfica percebe-se que a eliminação frente ao Bayern Munique não deixou marcas. Uma saída honrosa para uma Liga dos Campeões que deu para ganhar muito dinheiro e colocar na montra o produto, a política há muito seguida na Luz.
Fica por saber se Gaitán e Mitroglou não podiam defrontar os alemães ou se o técnico do Benfica preferiu jogar pelo seguro e mantê-los frescos para a liga. Mesmo que o tenha feito, diga-se, entende-se perfeitamente. Mesmo com os melhores o Bayern continuava a ser superior. Mais vale um pássaro na mão do que dois a voar, já dizia o outro. E se há coisa que define Rui Vitória é o pragmatismo. Uma das características que o afastam de Jesus, mesmo que o discurso nem sempre esteja de acordo com a realidade.
Vitória e Guardiola foram de uma enorme gentileza. Soube bem ver as conferências de imprensa. Só não gostei de ouvir Vitória a falar do regresso às grandes noites europeias. JJ esteve em duas finais europeias e uma meia-final. Apagar o passado é tão feio.
Texto publicado a 15 de abril de 2016 em Record Premium e na versão impressa