Quando está tudo em jogo
Numa semana marcada pela apresentação de José Peseiro, o futebol está de volta à liga e com a liderança em disputa. Sporting e Benfica têm encontros de nível de dificuldade diferente mas se há coisa que este campeonato já provou é que não se podem esperar facilidades em dia nenhum. Se nos jogos grandes os encarnados tem falhado cabalmente, é nos confrontos com os chamados pequenos que os leões escorregam. Os campeões são os mais regulares e é isso que Jorge Jesus e Rui Vitória procuram, semana após semana. Será também esse o desafio do homem escolhido por Pinto da Costa para suceder a Julen Lopetegui. Com o espanhol o FC Porto pareceu nunca conseguir levar a liga a sério, com a ambição que é reconhecida aos dragões. É isso que se pede a Peseiro. O regresso a um passado de conquistas.
A arbitragem tem marcado a atualidade. Hoje, nas páginas de Record, Vítor Pereira dá a sua versão da verdade sobre o sector. Elas são muitas e dificilmente haverá muitos presidentes de clubes de acordo com o responsável máximo pelos árbitros. Se esta época Sporting e Benfica já arrasaram os juízes respetivos, com os dois presidentes a braços com processos, agora também os líderes de Arouca e Paços de Ferreira falam antes dos jogos. Nada de bom pode vir de tudo isto numa época em que a transferência de Jesus da Luz para Alvalade mudou todas as regras. Hoje no futebol português vive-se uma guerra sem quartel, de ódio cego entre os responsáveis dos dois clubes, que se propaga pelas televisões e infelizmente chega aos adeptos. Parece que tudo é permitido para ganhar vantagem sobre os rivais. E há quem se preste a tudo. É pena. Mas foi a isto que chegámos. Felizmente há o jogo. E esse continua tão bonito como desde o dia em que nasceu.
TEXTO PUBLICADO A 23 DE JANEIRO DE 2016