Benfica na hora da verdade
MUITO TRABALHO PARA VIEIRA, JESUS E RUI COSTA. PENA A NOVELA COM NUNO GOMES. NÃO HAVIA NECESSIDADE.
Num Benfica à procura de uma nova identidade após uma época dececionante, temas como Coentrão, Salvio ou Nuno Gomes fazem a ordem do dia. Entre vendas, contratações e despedidas mais ou menos tristes há muito para resolver e Luís Filipe Vieira, Jorge Jesus e quem sabe Rui Costa estão numa corrida contra o tempo, uma constante em tempo de mercado.
Vender Fábio é uma evidência. Nesta altura é apenas uma questão de preço e de ver quais os jogadores do Real que interessam. Garay é o objetivo principal, mas não com o custo que os madrilenos lhe querem imputar. É uma questão de dias ou mesmo de horas. Pena as declarações do jogador, que passou de um amor imenso ao Benfica a ainda maior pressa em rumar a Madrid. Era desnecessário.
Salvio é um dos grandes objetivos do defeso e Jesus um indefetível do argentino, ele que até justificou internamente alguns dos desaires com a lesão do extremo. É, de facto, um belo jogador. Se vale ou não 15 milhões é difícil dizê-lo. Mas quem deu 8,5 milhões por Roberto pode fazer o esforço. Pelo menos percebe-se melhor.
A rábula Nuno Gomes era, esta sim, perfeitamente desnecessária. O jogador diz esperar uma conversa, o Benfica que vai propor continuidade na estrutura. Um capitão que passa uma época inteira no balneário do clube do coração não podia terminar a época com o futuro resolvido com presidente e treinador? É daquelas coisas em que os clubes de Lisboa são pródigos e que só mostram a facilidade com que se maltratam símbolos. Não que a culpa esteja só do lado dos dirigentes. Mas pela falta de frontalidade de todos os intervenientes. Uma tontice.
Certo é que há na Luz muito trabalho para fazer, muito jogador para colocar e uma triagem grande em perspetiva antes de ficar definido o plantel às ordens de Jesus. São muitas, mas mesmo muitas contratações. A ideia é construir um Benfica mais forte, não duvido, mas não será um exagero?
